quinta-feira, 27 de agosto de 2015

DIVERSOS

                            VEMOS OUVIMOS E LEMOS
Se existe alguma regra generalizada e absoluta, algo de constante neste mundo, é que, sob uma aparente imobilidade, tudo se move constantemente, tudo muda, tudo evolui sem parar e nunca nada é definitivo. Este simples facto confirma que no nosso mundo terreno tudo é pura ilusão…
Imaginemos o Homem da antiguidade: o movimento dos Astros, do qual foi testemunha privilegiada, não podia deixá-lo indiferente. Ao ver o céu transformar-se diante dos seus olhos, pensou logo que este era povoado por seres dotados de poderes sobrenaturais e assim nasceram os deuses.
Actualmente custa-nos imaginar que, em tempos remotos, o homem de saber estava em condições de exercer várias disciplinas: Astrónomo, Astrólogo, Médico, Matemático, Mago, Poeta e Artesão.
Ao especializar-se, o homem de hoje isolou-se e dividiu princípios que só têm sentido se estiverem juntos. Perdeu, mais do que uma ética, um sentido inato da vida. Acredita que sabe tanto do mundo que o rodeia que sente necessidade de procurar o desconhecido em longínquas regiões extraterrestres.
Não restam hoje dúvidas de que a natureza e o meio envolvente exercem sobre o carácter e comportamento das pessoas grande influência, coisa de que os homens da antiguidade já tinham perfeita consciência.
Observando atentamente, é fácil perceber que as qualidades e defeitos dos nossos antepassados são muito próximos dos nossos e que apesar das imposturas das civilizações, o ser humano não evoluiu assim tanto…
Ao observarmos a natureza, fauna e flora, facilmente nos apercebemos de que à nossa volta tudo é linguagem, mas à medida que as sociedades humanas se estruturam e “civilizam”, afastando-se do contexto natural, os artistas começam a pintar paisagens cada vez mais ricas. Está aí um sinal de desunião com a natureza, uma ruptura brutal do ser humano com o seu meio natural.
Num tempo em que o indivíduo se confundia com a natureza, não sentia a necessidade de representar uma paisagem quando pintava. O que ele afirmava nos seus desenhos eram momentos únicos que passavam. Quanto ao cenário, não sentia necessidade de desenhá-lo, visto que se confundia com ele.
Actualmente, a difusão informática ganhou tal dimensão e os seus instrumentos são tão atraentes que pouco a pouco nos vamos esquecendo do conteúdo das informações. Um dos paradoxos do nosso tempo é que, dispondo de muitas fontes de informação, cada vez sabemos menos como tirar proveito do que lemos, ouvimos e vemos, visto já ser difícil distinguir o real do virtual.
Apanhados pela parafrenália tecnológica, vamos perdendo dia a dia um pouco do nosso sentido de observação. E foi observando ao longo dos tempos, com toda a atenção, todos os fenómenos da natureza, que o ser humano pôde crescer, evoluir e aprender tudo o que sabe hoje.
Podemos, então, considerar, que aquilo a que chamamos destino é uma panóplia complicada, porque os tons que queremos dar à nossa vida, segundo as nossas motivações e desejos, só depende de nós mesmos. Assim, pode ser dito: O que sou, é o meu destino; o que faço é o meu livre arbítrio. Do que se depreende que nenhum futuro está de antemão estabelecido.

NOTA – Apontamentos diversos transcritos por

Amândio G. Martins

Sem comentários:

Enviar um comentário

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.