terça-feira, 25 de agosto de 2015

"Estórias" de verão


Um cliente entra em determinado ponto de venda e diz:
- Bom dia! Olha dá-me uma “música”!
O vendedor amigo do cliente entrega o bilhete da raspadinha e acrescenta:
         - Música anda o Passos, a Maria e o Paulo a dar aos portugueses!
Esta “estória” verídica tem analogia com a despudorada caça ao voto neste período pré-eleitoral, caracterizada por grosseira manipulação das estatísticas:
 A taxa de desemprego no segundo semestre deste ano baixou para 11,9% e está ao nível de 2011. Assim soam as trompetas do panegírico do poder.
O que o sermão laudatório do desgoverno não diz é que as estatísticas omitem as centenas de milhares de trabalhadores considerados “inactivos” e os mais de 300 mil portugueses que emigraram nos últimos 4 anos.
As exportações subiram 7,4% no segundo semestre, mas a propaganda do desgoverno “para além da troika” deliberadamente omite que as importações cresceram 9% neste período.
Mas a mistificação mais insultuosa do desgoverno da nação foram as frases “temos os cofres do estado cheios” e “estamos preparados para enfrentar qualquer eventualidade financeira negativa”.
Cofres do estado cheios à custa do brutal saque fiscal que deixou 90% dos português com os bolsos vazios e filhos e netos em marcha de retorno à casa de pais e avós, porque entretanto caíram no desemprego ou trabalho precário e tiveram de entregar as casas ao banco ou ao senhorio.
“Cofres do estado cheios” enquanto a dívida pública atingiu os 130% do PIB, quando em 2011 se situava nos 90%.
Os arautos da propaganda do desgoverno da nação poderão iludir muitos incautos mas a “música” dos números não bate certo com a vida e as dificuldades dos portugueses.

Carlos Pernes

1 comentário:

  1. Já fiquei surdo com 'essa música'. Portanto, fiquei vacinado para todo o sempre: já não ouço nada.

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