RELAÇÕES
HUMANAS
Há pessoas
com quem não se pode ter uma conversa civilizada.
Assumem aquela postura de que todo o mundo lhes deve e arranjam sempre
problemas, zangam-se, insultam, distorcem o sentido de tudo, ameaçam fazer
queixa, enfim, são desagradáveis, antipáticas e até ofensivas. Transformam a
vida num inferno a elas próprias e a quem com elas tem de conviver.
UM EXEMPLO
O senhor
Possidónio e D. Hermengarda decidem ir almoçar ao restaurante. À entrada, o
chefe de mesa cumprimenta-os e indica-lhes uma mesa vaga. “Aqui faz corrente de
ar”- reclama D. Hermengarda. O chefe,
pacientemente, aponta outra mesa. “Neste sítio está muito escuro” – diz
Possidónio – “gosto de ver o que me trazem no prato”. O chefe indica a mesa
junto à janela. “Para toda a gente que passa ficar a olhar para nós?” - resmunga
Hermengarda.
Quando,
finalmente, acertam a questão da mesa, o chefe apresenta-lhes a ementa. “O quê,
não têm bife” ? - ataca Possidónio.
“Quero já o livro de reclamações”! O chefe vai à cozinha e regressa informando
que podiam pedir bife. Chegado o bife à mesa, Hermengarda pergunta se está bem
passado, ao que o chefe responde que sim. “De certeza que é duro”- diz
Hermengarda. “Também me parece”- responde o marido, sem se dignarem começar a
comer.
Acabaram por
recusar o bife e pediram carnes frias. “E duas cervejas” – acrescenta
Possidónio. Chegadas as cervejas, diz Hermengarda: “Queremos imperial, não
cerveja de garrafa”. Chegadas as carnes, volta Hermengarda: “Estava a ver que
nunca mais vinha”, ao que o empregado respondeu que só demorou o tempo de
cortar as carnes. “Que desfaçatez”- diz Possidónio –“ ainda responde aos
clientes”. Vamos almoçar a outro lado!
LINGUAGEM INADEQUADA ÀS CIRCUNSTÂNCIAS
Num baile da
burguesia, em que era apresentada à sociedade a filha única do anfitrião, uma
linda e virtuosa menina que tinha o respeito e simpatia de todos, alguém
perguntou a um rapaz convidado se já tinha dançado com a homenageada. Resposta
do rapaz: “Não, infelizmente ainda não tive essa grande vaca”.
Habituado que
estava, no seio do grupo a que pertencia, a dizer “grande vaca” quando se
referia a “muita sorte”, não teve o cuidado de adequar o vocabulário àquela
situação…
Amândio G.
Martins
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