segunda-feira, 31 de agosto de 2015

IN MEMORIAM

AO MEU AVÔ JOÃO MIGUEL

Sem te poder conhecer
Ao menos embevecer
Porque cheguei atrasado;
Bem cedo pude entender
Como eras estimado.

De Serreleis oriundo
Com Viana ali ao fundo
E a Gondufe ligado;
Conhecias meio mundo
Pelas funções de “louvado”.

Zaragata recorrente
Incomodando a gente
Em feiras e romarias;
Acabava de repente
Constando que tu lá ias…

Podia não ser verdade
Não passar de falsidade
Que ali te deslocavas;
Mas a possibilidade
Dava um fim às pauladas.

Bastava que se ouvisse
Pelo velho diz que disse
No animado aranzel:
“Rapazes, parem com isso
Anda aí João Miguel!”

E voltava o sossego
Adiavam o “folguedo”
Antes que tu assistisses;
Não porque tivessem medo
Tinham vergonha que visses…



Amândio G. Martins

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