terça-feira, 18 de agosto de 2015

Senhor Costa, a sua insónia é o meu pesadelo.


Sabe Senhor Costa, tinha sido tão fácil. Tão fácil que enerva não o tenha percebido. Bastaria ter-se aconselhado com dois amigos fiéis: o bom senso e a lucidez. Mas isso só seria possível se tivesse tido a coragem de abandonar a caixa. Literalmente: fugir a sete pés da sua caixa partidária, engarrafada pela entourage, os mesmos, os ávidos de protagonismo e futuro assegurado, que não percebem nada, absoluta e irritantemente nada, de marketing, de comunicação, de estratégia.
Assessores, conselheiros,  lançadores de búzios, mapeadores de borras de café, o aparelho. Todos à espera do seu momento de oportunidade, consigo, ou quando o momento em que a caixa  feder, a saltarem como ratazanas, pisando-o se for possível.
Não lhe dão um dia de descanso e a cicuta é-lhe servida todos os dias por um companheiro seu.
Não tenho pena de si nem de lhe dizer isto, é um problema seu. A minha pena é de não me dar alternativa, deixar-me órfão de escolha. Abandonou-me e isso não lhe vou perdoar.
Era tão fácil enxotar as moscas e vossemecê engasgou-se com o aparelho.
Fica na história como o inconseguido. Raio de cognome que eu não quereria pôr na testa. Antes fosse o frustrado:  diria pelo menos que teria dado luta, ido à luta, que teria lutado como deve ser até ao último segundo.

Perdeu a sua oportunidade , vai sair pela porta dos fundos e o que é cruel é que nos vai levar a todos consigo: armadilhados pela estúpida da esperança, o sentimento mais idiota que existe.

1 comentário:

  1. O bom senso é a coisa que no mundo está mais distribuída - dizia Decartes - porque toda a gente está sempre a pedir qualquer coisa de que precise, mas nunca viu ninguém pedir bom senso para si próprio; o que sempre acontece - dizia - é pediram bom senso aos outros...
    Quanto à lucidez, está demonstrado que os manicómios estão cheios de gente do que há de mais lúcido!

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