quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Raio de Solidariedade

Os portugueses são uma espécie sobre a Terra das que necessitam de um maior estudo. Todos os dias refugiados, foragidos, infiltrados, criminosos sob disfarce de coitadinhos, gente que se diz envolvidos em perigos mil, dão à costa em Itália, na Grécia, na antiga Jugoslávia, e que em breve com a conivência dos governantes lusos hão de chegar ao Allgarve, com destinos diversos mas sempre para países superiores com que eles sonharam desde pequeninos como os jogadores de futebol, como sejam a Alemanha, a Inglaterra, Áustria, Holanda, e afins, e nunca para Portugal como referiu diante das câmaras de TV uma dessas migrantes bem informada e a saber o que quer, com véu a tapar a cabeça e uns olhos esperançados. Enquanto tudo isto se passa e se repete até à náusea na Comunicação, parece que nenhuma Instituição de Acolhimento ou outra Autoridade adulta se quis interessar a sério, por vários portugueses que vivem em condições das mais desumanas que se pode imaginar. Pelo que nos é dado a ver nos vários canais televisivos, dos vários grupos de refugiados vindos desde a Líbia, Iraque, Afeganistão, Síria, etc, nenhum apresenta sinais no rosto nem no corpo, de fome ou ferimento preocupante, nem na vestimenta mostra sinais de desgaste ou podridão, bem pelo contrário, todos com boa cara, bem nutridos, aspecto relaxado e ambicioso, e não o aspecto como nos mostrou de uma portuguesa da Moita que vive na maior e mais profunda miséria, no meio de lixo repugnante e entre paredes bombardeadas pelo fogo que em tempos lhe lambeu os cacos que a decoravam e o colchão onde teimava dormir que nem numa guerra se consegue esburacar com igual horror. A mulher em causa, desgastada por tanto infortúnio e abandono naquela pocilga lá respondeu ao que lhe foi perguntado pelo repórter que a desenterrou lá onde a encontrou, e que de seguida ouviu outros com culpas no cartório, como autarcas, técnicos, e vizinhos especialistas no deixa-andar, e como de costume se concluíu que tal caso e tal situação já há muito que está "sinalizado" pela (in)Segurança Social. Os portugueses, essa espécie que merece estudo sobre o seu comportamento nas questões de caridadezinha e solidariedade ao estranja, não se condói nem se mobiliza para travar e eliminar casos como este da Moita e outros da mesma "monta" noutros lugarejos do país. São vários os escribas, sociólogos, psicólogos, politólogos, que desenvolvem as mais profundas teorias sobre as causas dos migrantes que fogem de uma situação grave que a nós nos parece menos precária do que aquela em que sobrevivem bastantes irmãos lusitanos, e com os quais pouco se condoem ou tecem comentário no espaço que lhes é facultado nos media. Sabemos há muito desta característica deste povo e do que ele pensa sobre tudo o que tem por cá origem ou tem etiqueta nacional. Torcem o nariz, mas nada mais fazem para purificar o ar que o nosso compatriota respira e vive sem o obrigar a procurar nos caixotes do lixo, restos de roupa e de comida, para meter e conservar no frio da barraca. Somos assim e por isso estamos como estamos. Ah povo do caraças!


                                                                                                                        

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