A RAÍZ DOS ACTUAIS
PROBLEMAS
No estertor
da cavaquismo – intermináveis dez anos de poder absoluto – alguém que já morreu
escrevia, baseado num comunicado da CIP, arrasador para a situação que se vivia,
o que segue:
“A origem da
riqueza recente de muita gente é um segredo de Polichinelo que ninguém
desconhece. A pré-mexicanização das relações entre o sector privado e os políticos
no poder( quer a nível central quer autárquico), é um dos vários
abastardamentos que ficarão a marcar o cavaquismo, juntamente com o falhanço na
educação e a destruição, por instrumentalização partidária, da administração
fiscal, para além do pecado capital da miopia criminosa em relação aos grandes
interesses nacionais.
Depois das
tentativas organizadas e impunes da Partex-Caixa Económica Açoreana e dos
megadesvios do Fundo Social Europeu, foi na segunda metade do cavaquismo que se
viram surgir metodicamente os esquemas organizados e protegidos de desvio de
dinheiros públicos, nalguns casos com grande desfaçatez, ao ponto de um
vice-presidente parlamentar e ex-administrador de empresas, que recebera meio
milhão de contos de subsídios, dizer que não sabia que pedir facturas falsas
era crime!
Cavaco Silva,
ao fechar os olhos para esta teia, ao fazer certas nomeações para certos
lugares, ao vir “gritar” que em Portugal não há corruptos, não poderá ser
absolvido do clima que se criou, em que a desvalorização dos conceitos éticos,
aliados ao “vale-tudo” eleitoralista, não podiam deixar de dar frutos podres.
Como consequência
da malbaratação da enxurrada de dinheiro que nos foi oferecido para abrir ao país
caminhos de futuro, Portugal está menos competitivo do que era nos campos em
que se decide o futuro da nação”.
Zzzzzzzzzzzzzz
Mas acabado o
regabofe, alguns dos “príncipes” do cavaquismo puderam até fundar um banco –
tendo oferecido ao “mestre” acções ao preço da uva mijona, recomprando-as
depois com grande lucro para o titular, quando tudo já se afundava…- de onde
lhes foi possível continuar a delapidar o país, como hoje está dolorosamente
documentado.
Para nossa
grande vergonha, pouco tempo depois voltamos a colocar essa figura no topo da
liderança deste pobre país!
Amândio G. Martins
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