O MUNDO FAZ DE CONTA

No calçadão de Quarteira três mil figurantes  mal sabem ao que vão:  vão pela excursão, pela comidinha, pelos beijos e abraços aos senhores que veem amíude na televisão. Sabem os nomes de uns, outros não, a memória  atraiçoa.

Os “cavacos” fizeram o catering. Ironia das ironias: o povo continua a ser servido em maus buffets por essa marca, mas fica saciado por levar para casa meia dúzia de laranjas do Algarve.

Entretanto os senhores, trajando desportivamente, estão sorridentes, ensaiam  canções e danças -cantando e dançando em esforços de artificialismo -   discursam como se estivessem no seu mundo faz-de-conta, que estão.

Discursam para se excitarem entre si, engalanados da ideia que os cartazes infelizes da oposição , acabam de lhes dar a vitória. Quiçá a maioria. São capazes de ter razão.

É bem possível que os cartazes da oposição ( os seus não são nem melhores, nem decentes), lhes tenham dado a vitória de mão beijada como diz a máxima.

O líder da oposição, ao mesmo tempo e algures numa qualquer mini festa do Pontal, com outro nome, navegando a remos,  por aí no seu  País faz-de-conta, afirma que não está para se preocupar com marketing e publicidades, ele vai por coisa mais séria: a confiança.

É o verão, a “silly season” ( a época tonta). Ninguém se leva a sério, é o tempo do retorno da imbecilidade, do pé de molho, da bola de berlim, da sardinha com cotas reduzidas, da mine e da sangria.

Amanhã é Outubro e infelizmente meia dúzia de pessoas vão eleger (desconhecendo quem elegem) quem vai (des)governar este País nos próximos quatro anos.

Venham uns ou outros, vai ser mau, porque são maus, apesar de fazerem faz-de-conta exemplarmente.

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