domingo, 30 de agosto de 2015

O MOMENTO É MESMO GRAVE

Há muitos anos, gracejava-se com as siglas do PS e do PSD, dizendo-se que esses partidos eram mais ou menos iguais, apenas com a diferença de que o PSD era um PS… Diesel. Como, nesses tempos, os automóveis diesel eram mais ronceiros do que os outros, queria-se dizer que as metas de ambos eram as mesmas, só que o PS andava mais depressa. Muitos anos mais tarde de o dr. Mário Soares meter o socialismo na gaveta, apareceu um ex-ministro, Daniel Bessa, a afirmar que os dois partidos eram essencialmente iguais. Nunca percebi a razão de alguns a terem considerado uma afirmação proto-herética, a não ser por os responsáveis partidários sempre reclamarem, uns e outros, as suas diferenças e superioridades. Por mim, sobretudo nos tempos que correm, já não me restam dúvidas de que, na essência, são mesmo iguais, para não arriscar dizer gémeos. Não basta que, em pequenos detalhes, exibam alguma diferençazita: seria como um gostar de batatas e o outro de arroz. Se formos à profundidade das coisas verdadeiramente importantes, encontramos matriz comum. Exemplos? Os posicionamentos perante a Europa burocrática que nos amarfanha e perante a troika e instrumentos letais afins, a subserviência à cultura do mercado neoliberal, e, agora, até a despudorada luta pela conquista do poder, mesmo por personagens inesperadas como a dra. Maria de Belém. Tudo quer o seu poiso. Que pena que eu tenho de os diversos partidos da esquerda não conseguirem esquecer certas divisões. É que o momento é grave.  

1 comentário:

  1. Mas o PPD de Sá Carneiro lutou quanto pôde para ser aceite na Internacional Socialista. Foi Mário Soares, então vice-presidente daquela organização que se opôs tenazmente, empurrando-o para o lugar que verdadeiramente lhe cabe, que é a Direita liberal.

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