domingo, 30 de agosto de 2015

Aprender com os próprios erros


Mais do que apoio externo ou grande prosperidade, o que nós, portugueses, agora necessitamos, acima de tudo, é ter lideranças que mereçam o nosso respeito e consideração. De gente, nos cargos de topo, cujo comportamento prime pela decência. De autoridades e líderes políticos pelos quais não sintamos vergonha, desprezo ou asco, mas sim confiança e admiração – mesmo que não sejam do nosso quadrante político. Precisamos que haja, à frente das instituições do país, homens e mulheres honrados, destemidos e corajosos, e não uns oportunistas vazios, pífios ou arrogantes. Estamos, há demasiado tempo, carentes de elites e líderes que estejam acima da média e sejam pessoas genuínas, sérias e frontais, não gente manhosa e rasteira, não os habituais espertalhões, tíbios e ladrões habilidosos. De gente desta estirpe, estamos fartíssimos. Já tivemos dose excessiva. Bem sei que a culpa foi muito nossa, pois fomos nós quem pôs nas urnas aqueles votos, em eleições livres. E quem escolhemos? Um habilidoso delinquente! Ora, já era tempo de termos aprendido a topar os vigaristas à distância. Agora, com o país no estado lastimável a que chegou, não podemos repetir, outra vez, essa coisa demencial de decidirmos ser governados e representados por alguma criatura amoral e indigna, como a que tivemos há poucos anos. E não podemos, nunca mais, cair na ilusão de pensar que quem já mostrou não ser fiável passe a ser diferente, e muito melhor que antes, depois de ser eleito. De nada nos servirá, no futuro, culparmos essas criaturas por serem como são, nem acusarmos a democracia por não fazer milagres.

António S. Carvalho

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