Mais
do que apoio externo ou grande prosperidade, o que nós, portugueses, agora
necessitamos, acima de tudo, é ter lideranças que mereçam o nosso respeito e
consideração. De gente, nos cargos de topo, cujo comportamento prime pela
decência. De autoridades e líderes políticos pelos quais não sintamos vergonha,
desprezo ou asco, mas sim confiança e admiração – mesmo que não sejam do nosso
quadrante político. Precisamos que haja, à frente das instituições do país, homens
e mulheres honrados, destemidos e corajosos, e não uns oportunistas vazios, pífios
ou arrogantes. Estamos, há demasiado tempo, carentes de elites e líderes que
estejam acima da média e sejam pessoas genuínas, sérias e frontais, não gente
manhosa e rasteira, não os habituais espertalhões, tíbios e ladrões habilidosos.
De gente desta estirpe, estamos fartíssimos. Já tivemos dose excessiva. Bem sei
que a culpa foi muito nossa, pois fomos nós quem pôs nas urnas aqueles votos, em eleições livres. E
quem escolhemos? Um habilidoso delinquente! Ora, já era tempo de termos
aprendido a topar os vigaristas à distância. Agora, com o país no estado lastimável
a que chegou, não podemos repetir, outra vez, essa coisa demencial de decidirmos
ser governados e representados por alguma criatura amoral e indigna, como a que
tivemos há poucos anos. E não podemos, nunca mais, cair na ilusão de pensar que
quem já mostrou não ser fiável passe a ser diferente, e muito melhor que antes,
depois de ser eleito. De nada nos servirá, no futuro, culparmos essas criaturas
por serem como são, nem acusarmos a democracia por não fazer milagres.
António S. Carvalho
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