Grosso modo, significa não intervir; conservar à distância;
conter-se; não tomar parte na deliberação; enfim, é ‘estar-se nas tintas’ e ‘borrifando-se’,
como diz o povo.
Portanto, o ABSTENCIONISMO foi o grande vencedor das últimas
eleições legislativas em Portugal.
Assim, o número de lugares com assento na AR deveria ser encurtado
em função da parte do eleitorado que não quer ninguém que o defenda ou ofenda.
Logo, o número de representantes do povo que efectivamente
expressou nas urnas o seu desejo – votando – deveria ser apenas de 131 deputados,
e do pleno dos 230 lugares, 99 lugares ficariam vazios em função dos 43% de
abstencionistas.
José Amaral
As definições que explicam as diversas atitudes podem ser muitas porque não são únicas. Daí, cada um, conforme as constrói ou apreende, apresentá-las e está no seu direito. Quando não se concorda com as regras do jogo, não nos podem obrigar a jogar. Acho que já é tempo de votarmos em círculos nominais, e saber a pessoa em que acreditamos, e não na lista imposta pelo Partido, sempre feita em função de uma fidelidade assumida para se poder entrar no grupo. Tenho sempre suportado o atestado de menoridade, que é o de ir votar em alguém que desconheço, e faço-o porque me apresentam uma lista. Cansei e, pela primeira vez, entrei no clube dos abstencionistas. Como se pode verificar, 43,1% do eleitorado tiveram a mesma atitude. Não apelido de nada os que pensam de maneira diferente, até porque não sou perfeito e posso estar errado, mas de igual modo não acho correcto lições de falta de dignidade a quem aja conscientemente pela sua própria vontade. Quando os círculos forem uninominais, se ainda for vivo, cumprirei a minha vontade de votar. Um grande abraço, do Sul para o Norte, porque o Amigo José Amaral merece toda a nossa consideração e respeito.
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