Torga chamou-lhe ‘Reino Maravilhoso’,
sendo ‘o mais belo e o mais doloroso
monumento ao trabalho do povo
português’,
como Jaime Cortesão explicou alguma vez.
Assim, foram cantadas as paisagens
vinhateiras,
em que o clima tem um curto inferno
estival
e um cortante Inverno sem fim, para,
afinal,
os dois unirem árduas e imensas
trabalheiras.
O duriense tenazmente ultrapassa tais
infortúnios
e às fragas xistosas arranca o que nelas
são ouro,
desenhando rasgados socalcos prenhes de desígnios,
numa mistura agridoce em demanda do
tesouro,
em que o suor e as lágrimas são os
sacrifícios
contidos no celestial néctar do nosso
Douro.
José Amaral
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