quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A obra suprema do duriense



Torga chamou-lhe ‘Reino Maravilhoso’,
sendo ‘o mais belo e o mais doloroso
monumento ao trabalho do povo português’,
como Jaime Cortesão explicou alguma vez.

Assim, foram cantadas as paisagens vinhateiras,
em que o clima tem um curto inferno estival
e um cortante Inverno sem fim, para, afinal,
os dois unirem árduas e imensas trabalheiras.

O duriense tenazmente ultrapassa tais infortúnios
e às fragas xistosas arranca o que nelas são ouro,
desenhando rasgados socalcos prenhes de desígnios,

numa mistura agridoce em demanda do tesouro,
em que o suor e as lágrimas são os sacrifícios
contidos no celestial néctar do nosso Douro.


José Amaral

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