Não tão de repente assim, o caso do ex-1º ministro Sócrates deu uma
reviravolta para se manter no mesmo sítio, embora se tenha agora transformado
num caso de polémica entre magistrados. Os juízes das varas superiores andam às
turras e quase se processam uns aos outros, a imitar personagens aos chutos em
canal leaks de bola tricolor com cheiro a peixe, tal é o litígio que os
opõe provocado pelo acórdão dos juízes-desembargadores que decidiram sem apelo
mas com desagravo o fim do segredo de justiça do processo em que é arguido,
hoje em modo light, o ex-preso 44 e o Ministério Público. Está claro e
bem evidente que o Ministério Público usa e abusa de todas as manobras,
fait-divers, expedientes de chico espertice, que travem uma decisão lavrada por
juízes eleitos e para ser cumprida, só para adiar o mais que puder e o manter
"preso noutra gaiola" até 24 novembro pelo menos, nas condições
processuais secretas actuais, que proíbem os advogados de defesa do arguido, de
terem acesso livre a maior esclarecimento deles e de nós, sobre a matéria de
que o ex-governante está acusado. Estes incidentes entre estas "forças da
justiça" que se bloqueiam, demonstram no imediato, que os casos em
tribunal que traz atado gente graúda,
dependem muito de quem os analisa, de quem parece exercer vingança, de quem
quer ocultar verdades ou mentiras e manietar contra a Lei os incriminados sem
culpa formada. "Forças" afinal que não acatam a decisão perentória
tomada e sem recurso por quem de direito. Com tal prática, o Ministério Público
parece querer agradar a sectores sem rosto apoiado em razões que a razão
desconhece, mas que prefigura violação da própria Legalidade. Como pagantes no
papel de mexilhão desta Justiça, aguardamos expectantes qual vai ser o desfecho
desta caldeirada com sabor a conluios e rivalidades entre magistraturas.
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