Os carrilhões do Palácio Nacional de Mafra, vão voltar a tocar, amanhã. VIVA!
Feranando Cardoso Rodrigues
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2020
Escócia e.... Irlanda do Norte
No dia de ontem ouvi um jovem (ainda) deputado europeu do Reino Unido, "remainer", intuo, responder à pergunta se aquele ainda poderia regressar, um dia, à União Europeia (UE). Ainda perplexo com a situação que estava a viver "in loco" respondeu que não sabia responder mas... colocou a hipótese de regressar... em bocados. Não é preciso ser muito esperto para ver que a Escócia lhe bailava na mente. E, arrisco pensar, que... também a Irlanda do Norte. A primeira desmenbraria o Reino Unido através do prévio desmembramento da Grã-Bretanha, a segunda não precisaria sequer de "tocar" nesta última, pois bastar-lhe-ia manter-se geograficamente na Ilha Esmeralda. Pensamento simplório? Talvez, mas que era bem feito, era!
Fernando Cardoso Rodrigues
Fernando Cardoso Rodrigues
Muito mau mesmo!...
Quando de manhã saio de carro, observo sempre alguns
pormenores importantes, como verificar se levo documentos, se não haverá alguma
roda vazia e outras "ninharias", e só depois vou à vida sem grandes preocupações;
já a tripulação de um avião tem de proceder de forma mais rigorosa, checando
sistematicamente aqueles complexos sistemas, antes de colocar no ar a grande ou
pequena aeronave; e é, ou deve ser, assim em todas as actividades, conforme o
seu grau de responsabilidade.
Mas o que aconteceu a uma senhora idosa, no Lar de S.
Lourenço, sob responsabilidade do Centro Social de Ermesinde, revela que ali
anda, ou andava, tudo ao Deus-dará. O caso aconteceu em 2014, segundo noticia o
JN, mas está agora em julgamento, porque uma senhora de 88 anos foi deixada em
cadeira de rodas no chuveiro, com a água a ferver, porque a empregada que lhe
dava banho terá sido chamada por outro utente.
E deixar a senhora com a água aberta, sem verificar a
temperatura, revela da empregada total irresponsabilidade, mas tentar esconder
da família da vítima a gravidade das queimaduras, sem levarem a utente a um hospital, revela dos
responsáveis daquele “lar” a mais completa falta de idoneidade para dirigirem
uma casa com aquela função; e só quando, no dia seguinte, a família foi visitar
a senhora é que pôde verificar as queimaduras que sofrera, que no hospital se
verificou serem de 2º e 3º grau, e o “lar” tinha minimizado!...
Amândio G. Martins
quinta-feira, 30 de janeiro de 2020
É preciso avisar toda a gente
Por medo da extrema-direita, passamos a vida a dizermo-nos uns aos outros que devemos calar as jactâncias dos seus façanhudos militantes porque é dessa publicidade que eles vivem e crescem, ao mesmo tempo que, com o mesmo objectivo, vamos também dizendo que o fundamental é denunciar-lhes todos os movimentos. Continuo sem saber onde é que está a opção certa.
Em paralelo, julgo perceber uma forte tendência para se realçarem as sucessivas “vitórias” da extrema-direita por esse mundo fora, como forma de nos acautelarmos contra o "mal". Resta saber se tal propaganda, em vez de nos colocar de sobreaviso, não virá a galvanizar as hostes saudosas dos totalitarismos. Será bom, portanto, lembrar e repetir que Matteo Salvini, o fanfarrão que dava como certa a vitória na Emilia-Romagna, aí apostando as fichas todas, averbou retumbante derrota. Nada de baixar a guarda, que o perigo espreita, mas, neste, como em muitos outros casos que se hão-de seguir, há que celebrar orgulhosamente a procrastinação de tal gente para tempos que, esperamos, nunca “cheguem”.
Peguem nas bandeirinhas e....
Ontem, no telejornal, assisti a mais um triste espectáculo da extrema direita. Triste para mim, identitário para esses "senhores" que sabem muito bem o que querem e andam a fazer e, portanto, actuam não com "bacoquice" mas antes com intencionalidade. Foi em pleno Parlamento Europeu, Nigel Farage e os seus "muchachos" agitavam bandeirinhas nacionais, com o sorriso impante e cínico que carcteriza esta gente. Isto enquanto de todas os outros povos europeus, através dos seus representantes no hemiciclo, desejavam felicidades aos restantes deputados britânicos, alguns também comovidos com a saída. Gostei do que a presidente do Parlamento Europeu disse aos nacional/fascistas e que foi, mais ou menos, isto: Calem-se por favor, sentem-se e... guardem as bandeirinhas que podem levar para casa para onde vão agora. Julgo que ela e eu gostaríamos mais que eles fizessem outra coisa com os pauzinhos das bandeiras, mas, como europeus bem educados, ela ficou-se por onde devia e eu apoio-a nessa lhaneza...
Fernando Cardoso Rodrigues
Fernando Cardoso Rodrigues
Um nome “tóxico”!...
Aquela figura que há cerca de um ano “envergonhou” a
Justiça, não só por absolver do seu inqualificável comportamento um sujeito que
espancou a mulher, mas também pelos argumentos medievais usados para
fundamentar a decisão, na sequência do escândalo causado foi advertido pela
estrutura superior e colocado onde não pudesse fazer tanto mal.
Dizem agora as notícias que, para salvaguardar a confiança das
decisões em que participa, porque o nome com que se tornou tristemente famoso
ficou “tóxico”, nas palavras de um colega de ofício, a "iluminada" criatura mudou a forma de assinar as sentenças pelas quais for corresponsável;
entretanto, diz a mesma informação do JN, há vinte pessoas processadas por
terem "brincado" com a incrível figura...
Amândio G. Martins
A MÁQUINA TEM QUE EXPLODIR!
Esta puta de máquina, de sociedade torna a vida um tédio, torna as pessoas esquizofrénicas. Por mais que venham com risinhos idiotas, com programas televisivos de e para atrasados mentais, isto é mesmo um inferno. Estamos domesticados, infantilizados, escravizados. O amor e a amizade são castrados. A liberdade vigiada. Há, sim, uma réstia de ilusão, uns quantos espíritos livres que vão contra a situação. Mas são poucos. Muito poucos. O resto está nas mãos do Poder e do Dinheiro, dos senhores da pilhagem, dos ladrões, dos pequenos tubarões, da luta feroz pela vida. Eles roubam-nos a vida. A grande maioria não se apercebe. Prossegue na sua vidinha. Nos smartphones, nos Marcelos, nos Costas, nos Trumps, nos ladrões da finança e dos computadores, na TV. Puta que pariu! Che! Bakunine! Isto tem que explodir!
quarta-feira, 29 de janeiro de 2020
PROCESSO TANCOS... 1OO PERGUNTAS DO JUIZ...
No processo Tancos, o juiz enviou 100 perguntas para o gabinete
e assessores do Primeiro Ministro responderem… e tendo a hipótese de consultar o advogado do ex-Ministro da Defesa que indicou o Primeiro Ministro como testemunha.
O trágico custo da pobreza infantil!...
Aparecem com frequência notícias sobre pobreza infantil que
envergonham o nosso país, para a qual não se vê dos rsponsáveis governamentais
suficiente empenho, sabendo-se que pobreza gera pobreza, e as crianças de famílias
pobres, por falta de condições para se desenvolverem em igualdade com as mais
favorecidas, vão reproduzir mais famílias pobres, num cíclo sem fim.
E quando se lê que, nos Estados Unidos, tido como o país
mais rico do mundo, mais do que 1 em cada 3 crianças vive actualmente em estado de pobreza,
porque é da filosofia capitalista que os pobres são os principais responsáveis
pela sua situação, percebe-se o porquê de nada se resolver em tão momentoso
problema social, em sociedades que aceitam sem grandes pruridos a
estratificação, com muitos pobres, alguns ditos remediados e aqueles a quem
nada falta.
Em artigo
da Time, escreve a dado passo Jeff Madrick, autor do livro "Americanos invisíveis":
“A mountain of evidence now shows that poverty can lead to cognitive and
emotional damage in children. Despite policies that have expanded access to
insurance, poor kids are still less healthy than the rest of the young
population. They also drop out of school at higher rates, earn less money over
time and are incarcerated far more often than their better-of peers”.
Amândio G.
Martins
terça-feira, 28 de janeiro de 2020
O Direito, a Justiça... e a Humanidade numa fronteira linear e ténue.
Este caso de Isabel dos Santos vem pôr problemas sérios, pelo menos de ordem "filosófica", a todos nós. Ainda mais, e sobretudo, após a confissão do "hacker" Rui Pinto de que foi ele o autor da obtenção e partilha dos dados que constam do "Luanda Leaks". O mesmo Rui Pinto que está preso e acusado por noventa crimes, a propósito de outro ""leak"... o "Football Leaks". Se enquanto em relação ao segundo, o clamor quanto à prisão é mais "sotto voce" e parcial quanto à côr clubística, no primeiro ele eleva-se quase unânime e justiceiro, pois a voz popular... é assim mesmo!
Estes episódios mostram à saciedade aquilo que "somos" como espécie. Convenientes o quanto baste, segundo o também conveniente tema. Dito isto, o que realmente me traz aqui é o verdadeiro dilema civilizacional que a Justiça ( entendida como Direito aplicado) tem pela frente. Não só ela.mas... todos nós. Como vai aquela - que é o braço do(s) Estado(s) para "pôr uma ordem possível" naquilo que a nossa natureza humana não permite - conseguir, com o seu formalismo e jargão próprios, conciliar a defesa de direitos individuais ( estou a lembrar-me do sigilo bancário...) que levaram à prisão de Rui Pinto, com o "bem agir" deste, ao desmontar o roubo gigante duma senhora a um povo, o angolano?
Termino. E como vai justificar o povo "justiceiro a (i)legalidade (?) do "hacker" com a "ética denúncia" duma ladra e duma oligarquia política que vive em Luanda? E essa ética não é a mesma que devia presidir aos "assuntos do futebol"? O "meu" clube é impoluto mas o "sistema político" total é uma "cambada de vigaristas"? Não será isto.... populismo purinho? Estamos, todos. numa complicação "danada", como sugeri no título deste escrito. Excepto para aqueles que emitem opinião - o "em minha opinião" - sem pensar que o mundo é mais qualquer coisa além do seu umbigo, do seu justicialismo ancestral ( para o regrar, existe o Direito a sua "manu" prática, a Justiça, mesmo que contranatura em relação com a nossa natureza adâmica), acho mesmo que é assim.
Nota: lembrei-me agora que também algum jornalismo tem "telhados de vidro" ( são seres humanos, não é?...), como o Expresso que agora reclama probidade... a mesma que reclamou aquando do "Panam Papers", tendo, depois, "saídas de sendeiro" sem uma explicação convincente. Falava de "offshores" e de nomes lá dentro e.... vinha do mesmo consórcio de jornalistas, lembram-se?
Fernando Cardoso Rodrigues
Estes episódios mostram à saciedade aquilo que "somos" como espécie. Convenientes o quanto baste, segundo o também conveniente tema. Dito isto, o que realmente me traz aqui é o verdadeiro dilema civilizacional que a Justiça ( entendida como Direito aplicado) tem pela frente. Não só ela.mas... todos nós. Como vai aquela - que é o braço do(s) Estado(s) para "pôr uma ordem possível" naquilo que a nossa natureza humana não permite - conseguir, com o seu formalismo e jargão próprios, conciliar a defesa de direitos individuais ( estou a lembrar-me do sigilo bancário...) que levaram à prisão de Rui Pinto, com o "bem agir" deste, ao desmontar o roubo gigante duma senhora a um povo, o angolano?
Termino. E como vai justificar o povo "justiceiro a (i)legalidade (?) do "hacker" com a "ética denúncia" duma ladra e duma oligarquia política que vive em Luanda? E essa ética não é a mesma que devia presidir aos "assuntos do futebol"? O "meu" clube é impoluto mas o "sistema político" total é uma "cambada de vigaristas"? Não será isto.... populismo purinho? Estamos, todos. numa complicação "danada", como sugeri no título deste escrito. Excepto para aqueles que emitem opinião - o "em minha opinião" - sem pensar que o mundo é mais qualquer coisa além do seu umbigo, do seu justicialismo ancestral ( para o regrar, existe o Direito a sua "manu" prática, a Justiça, mesmo que contranatura em relação com a nossa natureza adâmica), acho mesmo que é assim.
Nota: lembrei-me agora que também algum jornalismo tem "telhados de vidro" ( são seres humanos, não é?...), como o Expresso que agora reclama probidade... a mesma que reclamou aquando do "Panam Papers", tendo, depois, "saídas de sendeiro" sem uma explicação convincente. Falava de "offshores" e de nomes lá dentro e.... vinha do mesmo consórcio de jornalistas, lembram-se?
Fernando Cardoso Rodrigues
PÚBLICO 28.01.2020
(AKM)
Auschwitz
Este campo de concentração é dos mais horrendos do nazismo, onde se praticaram horrores de humanos sobre outros humanos, onde essencialmente os judeus foram a “raça” a abater.
O mentor do nazismo, Adolph Hitler, um austríaco fracassado no seu próprio país, conseguiu chegar ao topo da nação alemã e, com tudo o que de horrendo nós humanos conseguimos fazer, destruir milhões de vidas, de famílias.
O nazismo foi o Holocausto, foram os campos de concentração, foram as perseguições, para se salvar única e exclusivamente a própria vida.
Quem isto está a escrever é filho e neto de refugiadas austríacas, fugindo para salvar só e unicamente a vida, quando Hitler em 1938, invadiu o seu país de origem.
Setenta e cinco anos findo o terror de Auschwitz, hoje, será possível que tudo se volte a repetir?
A resposta é sim.
Primeiro por estar a ficar esquecido tudo o que aconteceu, segundo por uns certos “extremismos” se estarem a banalizar de tal forma que um neonazismo nunca pode ser excluído.
Augusto Küttner de Magalhães,
Porto
“El virus chino”...
...Como lhe chamam os nossos vizinhos do lado, para além de
preocupar seriamente as autoridades de saúde do mundo inteiro, já está a
interferir nos negócios dos mercados bolsistas; entretanto, da própria China
chegam notícias de que estão a trabalhar numa vacina para combater o “fenómeno”,
só que uma vacina não é algo que se possa fabricar de um momento para o outro,
e entretanto o “bicho” vai-se espalhando e matando!
E eu tive um pesadelo, coisa a que não sou habitualmente
atreito, no qual se discutia a tentativa de identificar a indústria ou o
laboratório militar, daqueles que se dedicam a criar vírus como arma de guerra, que poderá ser responsável pela fuga
dessa “coisa”, tão estranha ela parece, qualquer que seja o ângulo de análise.
Ouvi nas televisões que está a ser construído, a “mata-cavalos”,
uma unidade hospitalar na China só para atender pessoas contaminadas e aquelas
que se suspeite o possam estar, o que significa que as autoridades não estão
optimistas; enquanto isso, aumenta diariamente o número de mortos e espalha-se
também o medo um pouco por todo o lado, como se já não houvesse preocupações
suficientes para nos atazanar o dia-a-adia...
Amândio G. Martins
segunda-feira, 27 de janeiro de 2020
Auschwitz... SEM MAIS!
Faz hoje 75 anos que Auschwitz "terminou". As aspas são precaução minha, pelos avisos que o tempo de hoje nos vai dando. Mas não vou perorar, misturando "alhos e bugalhos" numa pretensa erudição iluminada, pois o respeito pelo que lá se passou pede-me frugalidade na escrita. Fico-me por um desejo: que o maldito nome alemão volte a ser somente.... Oswiecin, para sempre!
Fernando Cardoso Rodrigues
Fernando Cardoso Rodrigues
O INFERNO NAZISTA DE AUSCHWITZ: 75 ANOS DA LIBERTAÇÃO DE SEUS PRISIONEIROS. FATOS MARCANTES DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL—QUATRO MONSTRUOSAS FERAS HUMANAS EM COMBATE.
Em 27 de janeiro de 1945, unidades do exército
soviético sob o comando do general russo Petrenko, tendo na vanguarda tropas de
choque da 100ª Divisão de Infantaria, com presença do bravo major Anatoly
Shapiro, tomavam o campo de extermínio de Auschwitz, no sul da Polônia,
libertando cerca de 7 mil prisioneiros que aguardavam a morte nas câmaras de
gás.
Era o fim do maior inferno criado pelos nazistas,
onde foram mortos, além de milhares de homossexuais, ciganos, deficientes
físicos, comunistas, idosos, crianças e cerca de 3 milhões de judeus, no desenrolar
da segunda guerra mundial, que terminaria pouco mais de três meses depois,
abreviada que fora providencialmente, antes de a Alemanha concretizar seu
projeto atômico, graças não só pela libertação da França com o heroico
desembarque das forças aliadas nas praias da Normandia em 06/06/1944 (o famoso
dia “D”), com morte de mais 4.000 sodados nas primeiras 24 horas de combate,
mas também pela fantástica operação Regation, da noite de 22 para 23 de junho,
quando 1.200.000 soldados soviéticos libertaram a Bielorrússia, com mais de 500.000
baixas nas hostes alemãs, obrigando estas a um recuo de 700 Kms., o que
possibilitou a desocupação da Lituânia e do leste da Polônia, pondo Varsóvia ao
alcance e Berlim na mira.
Foi
um outro dia “D” quase desconhecido no Ocidente, embora noticiado pelo jornal
britânico Guardian, conforme notável entrevista de Leonídio Paulo Ferreira no
Diário de Notícias (DN) de Lisboa. Só nessa operação, cujo nome homenageia o
grande herói da guerra patriótica da Rússia imperial contra Napoleão Bonaparte,
o exército vermelho perdeu 800 mil dos mais de 25 milhões mortos durante todo o
conflito. Era o começo do fim do 3º Reich. Hitler errou ao invadir o país: o
patriotismo russo, apesar dos expurgos internos do regime totalitário reinante,
foi mais forte do que o fanatismo nazista.
Em Auschwitz, as torturas físicas e morais
praticadas por agentes da SS de Himler, chefe da polícia política do Reich
(Gestapo), a serviço do fanatismo hitlerista, atingiram o mais elevado grau de
sadismo e desrespeito na prática de crimes contra a humanidade. Milhares de
criaturas que chegavam em comboios ferroviários liam lá fora dizeres
proclamando a dignidade do trabalho que liberta (ARBEIT MACHT FREI) – uma
hipócrita ironia –, pois na realidade, o que deveria estar escrito na entrada,
seria o aviso de Dante Alighieri, no pórtico do inferno mencionado na clássica
obra pré-renascentista Divina Comédia: “Deixai aqui fora toda a esperança vós
que entrais” (LACIATI OGNI SPERANZA VOI QUE ENTRATI). Botinhas de crianças e cabelos
de mulheres encontrados nos depósitos levaram o comandante soviético a uma
emoção com lágrimas, segundo entrevista sua no ano de 2001 à rádio BBC de
Londres. Ali esteve recentemente minha prima Waldevira Bueno Pires de Moura,
inteligente jornalista de caderno literário e professora, que ficou
estarrecida: uma aura pesada ainda envolve aquele ambiente, apesar do tempo que
já passou.
No começo, muitos prisioneiros pensavam que apenas
ficariam detidos para prestação de serviços forçados e sujeitos à alimentação
precária. No entanto, a chamada “grande solução” decretada pelo Fuhrer não
tardaria a entrar em vigor. Nas imensas fileiras de desembarque já eram
separadas as primeiras vítimas entre as mais esquálidas, as mais debilitadas, e
porque não dizer, as que se apresentavam mais feias.
As outras que ainda sobreviveriam no campo, às vezes
perguntavam a companheiros de infortúnio por certos acompanhantes de viagem e
logo ouviam a resposta: olhem a fumaça das chaminés dos fornos crematórios,
pode ser do corpo das pessoas procuradas.
Naquele campo o nível de autoestima baixou ao mais
ínfimo patamar. A chance de sobrevivência era mínima. A maioria desejava o
suicídio que poderia acontecer facilmente com um simples avanço sobre as cercas
elétricas que circundavam todas as localidades. Ai de quem fosse flagrado
tentando impedir um suicídio!
Os prisioneiros eram espancados sob pretextos
absurdos. Bastava um passo errado, uma simples mancada ou um pequeno
desalinhamento nas colunas de pelotão em longa marcha para o intenso trabalho
de implantação de linhas ferroviárias. Os que estavam no interior às vezes se
revezavam com os que marchavam nas linhas exteriores, porque estes eram mais
vistos e a todo momento maltratados.
Entre os detentos estava o ilustre médico psicoterapeuta
Victor Frankl, cujo livro “Um Psicólogo no Campo de Concentração” relata as
atrocidades acontecidas em Auschwitz. Preso em sua clínica em Viena, por ser
remoto descendente de judeu, nem sequer teve permissão de ir à sua residência
para buscar objetos pessoais. No campo, com o máximo cuidado, aconselhava os
companheiros a manter a boa aparência, com ar de simpatia e jamais pensar em
suicídio, porque alguma coisa ainda esperava por eles lá fora, caso
sobrevivessem. Alguns diziam: Tudo está perdido, nossas famílias destruídas,
nossos sonhos desmoronados, o que nos espera? Ele respondia: Nem que seja um
livro a ser escrito sobre nossas vidas.
Quantos ele livrou do suicídio, ao recomendar que
deixassem isso para depois, e, assim, muitos foram relegando para outro dia a
realização do ato extremo, que acabava não acontecendo, e muitos deles,
inclusive o ilustre médico, foram transferidos, até mesmo antes da libertação
soviética, para o campo de Dachau, onde havia apenas concentração de presos,
sem câmaras de gás.
Finda a guerra, em maio de 1945, Victor Frankl
voltou às atividades profissionais, dirigindo a Policlínica Neurológica da
Universidade de Viena e criou, em universidades de vários países, inclusive em
San Diego, na Califórnia, a cátedra de logoterapia, ou seja, a cura radical das
anomalias psíquicas por força da razão espiritual, que supera não só o
unilateralismo de Sigmund Freud, que analisava tudo sob o prisma do
subconsciente, mas também a força do supraconsciente admitida por Addler e
Jung.
Para Victor Frankl, o logos inerentes à criatura
humana, ou seja, a sua própria razão espiritual, é capaz de vencer todas as
mazelas. Huberto Rohden, o grande filósofo e pensador espiritualista
brasileiro, de quem tive a honra de ser aluno, considerava o ínclito
ex-prisioneiro de Auschwitz como a mais eloquente manifestação da psicanálise
de todos os tempos, tendo-o como o criador da terceira escola psicanalítica de
Viena.
Que os benfeitores da humanidade Victor Frankl e
outros mais, como o industrial Schindler(conhecido
pela famosa lista que leva o seu nome),o diplomata português Aristides de Souza Mendes, salvadores de
milhares de judeus, sejam exemplos aos atuais dirigentes da nação judaica, para
o abrandamento de suas represálias contra os povos vizinhos, sobretudo os
palestinos que merecem ter sua pátria; senão, em tempos futuros, haverão de
sofrer as consequências da lei de causa e efeito que rege o mundo físico e metafísico,
como expressão da própria Justiça Divina: “Quem com ferro fere, com ferro será
ferido”. Nada fica impune. Quem planta vento terá que colher tempestades (Paulo—Gálatas,
6-7 e 8). As represálias de Israel contra agressões sofridas têm sido
desproporcionais; superam, em muito, a antiga lei mosaica do “olho por olho e
dente por dente”.
Faz-se necessária a extinção dos estopins que poderão
ocasionar mais uma grande conflagração mundial. Os conflitos no Médio Oriente e
a indevida intervenção dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais, com seu
armado braço atômico de Israel, nas questões internas da região, quase sempre
por interesses petrolíferos, não podem continuar. Recentemente, violando todas
as normas de direito internacional, um general do Irã foi covarde e
traiçoeiramente executado por bombardeio, sob o pretexto de combate ao terrorismo.
Consequentemente, devido ao clima bélico instalado, a artilharia antiaérea
iraniana, temendo novos ataques, abateu por engano um avião comercial da
Ucrânia, matando quase duas centenas de passageiros. Outrora, promoveu-se uma sangrenta guerra contra
o Iraque, sob falsa justificativa de eliminar um armamento químico
inexistente.
Não foi à toa que a saudosa líder religiosa Helen
White, insuspeita de qualquer ideologia política, afirmou que seu país
representa uma das bestas do Apocalipse—“a de chifre de cordeiro, mas que age
como dragão”. Quantas guerras tem feito atendendo também a interesses
armamentistas! Jamais se pode esquecer os lançamentos de artefatos atômicos nas
cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, a maior tragédia da humanidade, cuja
causa principal, além de liquidar a fanática resistência do Japão praticamente
vencido, foi um simples receio de vê-lo dominado pelo exército soviético pronto
para invadi-lo. Aliás, não fôra a ofensiva deste na operação Regation, que
abreviou o fim da guerra na Europa, uma das bombas nucleares americanas,
poderia ter sido direcionado para Berlim, com um maior número de vítimas e as
mais imprevisíveis consequências no continente europeu.
A segunda grande guerra foi marcada pela presença de
quatro monstruosas feras humana: o camarada Stalin (Estaline na grafia portuguesa), o terrível ditador do
partido “proletário”(PCUS), guerreou apoiado na competência dos seus generais; Hitler, o cruel tirano de um estado
racista, guerreou contestando os seu marechais; Mussolini, o sanguinário “duce” da Itália, um tipo de imperador
Nero reencarnado, e finalmente o despótico “democrata” Truman, dominado pelos seus belicistas militares, que, ao suceder
ao grande estadista Franklin Roosevelt,
autorizou o bombardeio atômico no Japão, e assim dava continuidade à guerra
fria USA x URRS, que iniciou quando esta última deixou de participar do apoio
anglo- americano à insurreição de Varsóvia em 1943 contra a ocupação alemã, e
mais tarde teve prosseguimento na tomada de Berlim, quando o inteligentíssimo e
muito temperamental general George Patton, contrariado por já encontrar cidade
sob o poder do exército vermelho (a coisa estava ruça, com muito russo querendo
vingar as atrocidades alemãs em seu país), endereçou um injurioso bilhete ao
seu xará George Zukov, o herói da resistência de Moscou e da batalha de
Stalingrado, chamando-o de idiota e dizendo que ele não era bem-vindo. Patton
dotado de grande intuição já previa uma futura provisória divisão de Berlim, entre
as potências aliadas.
Existe atualmente uma guerra fria de interesse
econômico-tecnológico entre Estados Unidos e China, mas a antiga já acabou em
1991, com a extinção da URSS e consequente desmoronamento da muralha de Berlim,
que agora o presidente Trump quer transplantar na fronteira do México, mas
continua arraigada na mentalidade do atual presidente da nação brasileira,
principalmente o seu ministro das relações exteriores, envolvidos pelo fantasma
do anticomunismo outrora tão invocado até de má-fé contra toda ideia nova
oposta ao conservantismo reacionário. É a chamada civilização cristã ocidental,
que de cristã só tem o nome. Com razão Gandhi quando sempre declarava aceitar o
Cristo e seu evangelho, mas não o cristianismo das religiões. Aliás, o filósofo
alemão Nietzsche já havia dito que se o Cristo voltasse ao nosso planeta, teria
de proclamar, em alto e bom som: “ Cristãos de toda a Terra, nada tenho a ver
com o vosso cristianismo! ”
Perdura ainda o medo da fracassada experiência
socialista soviética, cuja implantação teve como uma das causas a vã tentativa
de Churchil de levar suprimentos ao Império Russo. Sua derrota para Mustafa
Kemel, na famosa batalha de Gallípole na Turquia, alimentou, sem dúvida, o
triunfo da revolução bolchevique de 1917, financiada pelos alemães para tirar a
Rússia da guerra, o que resultou, indubitavelmente, em um dos maiores
acontecimentos históricos do século passado, que abalou o mundo, cujas
consequências são por demais conhecidas, como bem analisou o meu genial mano
Orivaldo Jorge de Araújo, engenheiro, bacharel em direito e professor universitário,
num bom artigo sobre o centenário do evento de 1917, violento como muitos
outros, inclusive a revolução francesa de 1789, e logo de início executou toda
a família imperial, nem crianças foram
poupadas.
Seu desiderato seria a criação de um socialismo
apaziguador da luta de classes com base no materialismo dialético que, na
realidade, mesmo com muito progresso num país semimedieval, não correspondeu aos
anseios do povo, sobretudo na atividade agrícola arruinada pela trágica
coletivização da propriedade rural, ao contrário dos Estados Unidos que
alcançaram alta produtividade com seu sistema cooperativista.
O verdadeiro socialismo, bem diferente do pensamento
materialista de Marx e do despótico social nacionalismo nazista, é democrático
e liberal, visando a uma melhor distribuição da riqueza e não a divisão da
miséria. Será o regime ideal de uma humanidade futura composta de indivíduos
espiritualmente evoluídos, radicalmente éticos e fraternos dispostos a uma vida
sóbria, contentando-se apenas com o necessário, para formação de uma sociedade
menos desigual sem os excessos do luxo, do lixo e da luxúria, que são a fonte
de todos males do nosso planeta, segundo o citado filósofo, pensador cristão e
cientista Huberto Rholden.
O
atual mundo globalizado, sob a égide do capitalismo decadente causador da
desumana crise do desemprego, vive uma tirânica guerra econômica e uma
complicada ciranda financeira, em que os países mais fortes oprimem os mais
fracos e se arrogam até no “direito” de impor sanções contra as nações
subjugadas, haja vista a nova fase imperialista dos Estados Unidos no governo
Trump. Um dia, porém, tudo isso terá fim. Já estamos no 3º milênio destinado à
transformação de nosso planeta de sombras de expiação e provas para o planeta
de luz da regeneração. Deus não poderá continuar sendo derrotado pelos homens.
Haverá um novo céu e uma nova Terra (Apocalipse, cap. 21), sem guerras,
doenças, dores e lágrimas.
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