Incorrigíveis maltratadores...
A vergonha é recorrente e transversal, estendendo-se a todo
o país, a todas as idades e estratos sociais,
mas o que mais me espanta é a quantidade de velhos que são finalmente
acusados pelas companheiras de uma vida por já não suportarem mais os maltratos, que agora finalmente vão sendo
olhados com a censura que merecem; diz a
notícia do JN que um bandalho de Penafiel, com a idade de 71 anos, foi detido
porque não só maltratava continuadamente a mulher como desviava o dinheiro das
despesas da casa para álcool e prostitutas.
Já não foi a primeira vez que a vítima se queixou, tendo
entregado às autoridades a pistola com que era ameaçada; todavia, mediante a
promessa do agressor de que se corrigiria, submetendo-se a tratamento para
deixar a bebida, acabou por aceitar continuar com ele; só que o malvado não
cumpriu, e a pobre senhora viu-se obrigada a renovar a queixa, de que resultou
o tribunal obrigá-lo ao afastamento da casa e a usar pulseira electrónica que,
a meu ver, deveria ser mesmo uma coleira bem visível por toda a comunidade, assim a modos daquele dístico amarelo que antigamente os recém-encartados eram obrigados a usar na carripana...
Trinta e tal mulheres foram assassinadas em Portugal no ano que
findou. Em Espanha, onde esta desgraça
parece maior, foram mais de cinquenta; todavia, tendo em conta a numerosa
população e tamanho do território espanhol, carregamos a vergonha duma situação bem
pior. E o maltratador é mesmo gente ruím, que até nas suas conversas com outros,
referindo-se sempre às mulheres de forma desrespeitosa, como uma coisa sem préstimo,
para usar e abusar, deixa claro o seu
mau carácter...
Amândio G. Martins
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