terça-feira, 14 de janeiro de 2020


Incorrigíveis maltratadores...


A vergonha é recorrente e transversal, estendendo-se a todo o país, a todas as idades e estratos sociais,  mas o que mais me espanta é a quantidade de velhos que são finalmente acusados pelas companheiras de uma vida por já não suportarem mais os  maltratos, que agora finalmente vão sendo olhados com a censura que merecem; diz  a notícia do JN que um bandalho de Penafiel, com a idade de 71 anos, foi detido porque não só maltratava continuadamente a mulher como desviava o dinheiro das despesas da casa para álcool e prostitutas.

Já não foi a primeira vez que a vítima se queixou, tendo entregado às autoridades a pistola com que era ameaçada; todavia, mediante a promessa do agressor de que se corrigiria, submetendo-se a tratamento para deixar a bebida, acabou por aceitar continuar com ele; só que o malvado não cumpriu, e a pobre senhora viu-se obrigada a renovar a queixa, de que resultou o tribunal obrigá-lo ao afastamento da casa e a usar pulseira electrónica que, a meu ver, deveria ser mesmo uma coleira bem visível por toda a comunidade, assim a modos daquele dístico amarelo que antigamente os recém-encartados eram obrigados a usar na carripana...

Trinta e tal mulheres foram assassinadas em Portugal no ano que findou. Em  Espanha, onde esta desgraça parece maior, foram mais de cinquenta; todavia, tendo em conta a numerosa população e tamanho do território espanhol, carregamos a vergonha duma situação bem pior. E o maltratador é mesmo gente ruím, que até nas suas conversas com outros, referindo-se sempre às mulheres de forma desrespeitosa, como uma coisa sem préstimo,  para usar e abusar, deixa claro o seu mau carácter...


Amândio G. Martins



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