sábado, 25 de janeiro de 2020

Confesso que não entendo!

O programa "Sexta às Nove" ( excelente!) da RTP1 transmitiu, ontem, um trabalho de investigação sobre as "Monjas de Belém", uma Ordem que foi reconhecida por... João Paulo II e "bebe" no "Movimento Comunhão e Libertação". Tudo espoletado a partir dum caso concreto, uma senhora licenciada em Gestão pela Universidade Católica e que estava a preparar o doutoramento quando decidiu abandonar tudo e ingressar nas dita Monjas. O pai é psiquiatra e foi o principal entrevistado, visivelmente magoado, mas respeitando a decisão da flha.
Deixo de lado tudo que se disse, "pró e contra", e vou ater-me aos critérios objectivamente plasmados nas próprias regras escritas da Ordem, onde releva o não contacto oral ou escrito entre as iniciadas (sete meses numa cela!)  e a censura prévia ao que estas escreviam ou recebiam até da parte da família. Termino, como terminou o programa: após a feitura do programa informativo, a senhora ( iniciada? já monja?)... saiu das "Monjas de Belém". Não "percebo", palavra de honra!
NOTA: Porque o referi acima com umas reticências, não posso deixar de estranhar o facto da "legalização" ser feita por João Paulo II. É que me lembro de ter sido o mesmo Papa que retirou o Opus Dei da "tutela" de qualquer Bispo e o  tornou uma prelatura pessoal.

Fernando Cardoso Rodrigues

3 comentários:

  1. Fui à procura da reportagem e, após o seu visionamento, não pude deixar de pensar que, se é verdade que cada um poderá viver como quiser, inclusive de acordo com os padrões da Idade Média, não é menos verdade que quem se permite retirar a mínima parcela aos direitos humanos consagrados deveria ser severamente punido pelas leis civis ou, por maioria de razão, pelas eclesiásticas. Aliás, creio que muitos desses direitos são irrenunciáveis.

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  2. Deve ter sido um retiro espiritual para castigar o corpo; nisto dos conventos de freiras há mistérios que poucos conseguirão decifrar; anda a ser julgado aquele caso de Famalicão, onde as raparigas passaram anos a ser torturadas por uma freira velha, só se descobrindo quando uma "noviça" conseguiu fugir e fazer queixa...

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  3. Não pensava voltar aqui como "comentador", mas Frei Bento "puxou por mim" no Público de hoje com o seu "Não às canonizacoes apressadas". Claro que estas que traz à colação são mais os carreirismos eclesiásticos e termos por eles utilizados, mas serão ainda mais válidos para a "nota" com que terminei o meu escrito acima.

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