“Un debate muy bronco”...
...Assim qualificavam os comentadores o que se passou no
Parlamento espanhol, sábado e domingo, na primeira tentativa de investidura de
Pedro Sánchez à presidência do Governo; de facto valeu tudo naquela assembleia,
contra um líder socialista muito desgastado, em grande parte por sua própria
culpa.
Sánchez, sabendo-se em maus lençóis, ouviu com paciência de
Job ser chamado traidor, bandido, estafador pelo líder dos fascistas; mas ouviu
também de Gabriel Rufián, porta-voz da “Esquerra Republicana” catalã, que
promete abstenção, apontando a bancada de Vox: “Usted también es responsable
por este monstro”! “Imagine-se o que esta gente chamaria a Adolfo Suarez – o
homem que fez a transição do fascismo para a democracia – quando legalizou o Partido
Comunista”...
Feita a primeira votação, deu 166 contra 165 a favor de
Sánchez, tendo a catalã Meritxell Batet, presidente do Congresso, marcado a
segunda e última votação para a próxima terça-feira às 12h, 11 em Portugal, e
bastará agora maioria simples para a investidura ser efectiva; uma coisa que me deixou "varado", comparando com o nosso Parlamento, é aqueles deputados
chamarem ao adversário tudo que lhes vier à cabeça, sem serem advertidos pela
mesa e sem que os atingidos peçam a palavra para “defesa da honra”, como aqui
acontece por tudo e por nada.
A Santiago Abascal, Sánchez desmentiu correctamente as suas
alarvidades com factos reconhecidamente verdadeiros, a Pablo Casado disse “Suba
a la tribuna y asuma que ha perdido las elecciones cinco veces”, a Inés
Arrimadas lembrou que por causa do “cordão sanitário” que o seu partido impôs ao
PSOE, reduziram Ciudadanos à insignificância...
Amândio G. Martins
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