Regina Duarte

Reportando-me ao artigo do meu amigo Amândio Martins, aproveito para relatar um episódio passado comigo há cinquenta e tal anos, no Rio de Janeiro, onde eu vivia, que atesta a minha capacidade de discernimento. Ou seja: a diferença entre adversário e inimigo. Uau!!!

Durante algum tempo o ator Hugo Carvana foi meu vizinho, numa fase conturbada da sua vida conjugal, e fizemos amizade.
Num final de tarde, caminhávamos pela Avenida Vieira Souto, em Ipanema. De repente o Hugo agarra-me pelo braço para irmos ao encontro dum amigo dele que caminhava em direção contrária. Apresentações. - José Valdigem, muito prazer.
                         - Nelson Rodrigues, satisfação. (Nem precisava de se identificar).
Por alguns momentos, ali ficaram, trocando breves palavras, enquanto eu fitava aquele "monstro sagrado", que abominava pelas suas posições políticas, mas que idolatrava pela escrita. Eu fazia coleção de recortes das suas crónicas de "O Globo", principalmente da área desportiva.
Um dia, zangado com tudo e com todos (eu incluído), juntei os recortes, fotos e correspondência das minhas "paixonetas" e outros "souvenirs", e fiz uma fogueira. Tenho pena.

Conclusão: Regina Duarte, declarou-se apoiante dum governo fascizante, o que lamento. Mas não deixo de continuar a pensar que é uma grande, enorme atriz.

José Valdigem