segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

O cepticismo e a bicicleta

O PÚBLICO de 18/1, traz uma entrevista coma Teresa Ashe, investigadora britânica, que me merece algumas considerações. Desde logo o título - "O cepticismo climático é uma manifestação do medo de mudança" - que logo me pareceu "não bater certo". Ao lê-lo, perguntei-me logo se não é óbvio que quem é céptico quanto ao porvir, tem medo, pois adivinha a catástrofe inelutável? Afinal os "cépticos" - vê-se depois, no corpo do texto - são os que negam a evidência científica por medo e não somente por simples conservadorismo tacanho ( "Isto  não pode ser verdade, isto ataca demasiado os valores do meu mundo" (sic) ).
O que considero o verdadeiro cepticismo, tal como o penso e até partilho em grande parte, é o que a metáfora, também expressa pela investigadora, contem e reza assim: " Dou este exemplo aos meus alunos: é como se estivéssemos numa bicicleta e precisássemos de mudar a roda. Podemos saber que estamos a ir em direcção a um penhasco com a roda partida, mas isso não significa que haja uma forma de percebermos como se muda aroda em andamento" (sic).
Alguém sabe como se faz? A civilização actual será capaz - e não cada um de nós, individualmente - não de reinventar a roda, mas de parar a "viagem" abruptamente, substituir a roda e.... mudar radicalmente o destino que ia a caminho do abismo? Tenho muitas dúvidas mas... "quem sou eu"?

Fernando Cardoso Rodrigues

1 comentário:

  1. É assim como aquele que, suspeitando de ter uma doença grave, recusa-se a ir ao médico para não saber a terrível verdade...

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