sexta-feira, 3 de janeiro de 2020


Basicamente um ser humano...


“O papa também bate em mulheres”, ou algo parecido,  é até capaz de ter servido já de título para um qualquer tabloide, que as imagens que me foram mostradas talvez possam servir para isso, e o próprio Francisco já reconheceu e condenou a sua falta de paciência; mas ver uma mulher prender-lhe a mão e não o deixar libertar-se, puxando-o insistentemente para ela ao ponto de quase o fazer caír, se calhar nem Jesus Cristo, que era jovem e não tinha papas na língua, resistiria a dar-lhe ao menos uma boa reprimenda!

Francisco é mesmo um ídolo das multidões, no meio das quais há muito quem não saiba a distância que vai de um papa a uma “estrela” roqueira; e para além das evidentes diferenças, que o fanatismo não distingue, há que ter em conta a  fragilidade de uma pessoa idosa e com claras limitações de saúde e que, para mim, não deveria meter-se nestes apertos, como um político que andasse à procura de votos.

Vi há dias, em Madrid, as autoridades retirarem discretamente do meio da multidão a miuda sueca que estava na origem de tamanha afluência, precisamente por temerem que a coisa lhes suplantasse a sua      capacidade de a proteger, formiguinha quase invisível no meio daquela massa humana...


Amândio G. Martins

1 comentário:

  1. Vai ser muito difícil, senão mesmo impossível, o Papa não tocar nas (pelo menos em algumas) pessoas. É da "natureza das coisas". O que me agradou foi que ele - também tinha que o fazer, não é?... - se tenha "penitenciado" daquilo que foi a reacção mais natural do mundo num ser vivo.

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