O orçamento militar dos Estados Unidos da América (EUA) para
2020 é de 738 mil milões de dólares, o maior de sempre da história dos EUA.
Este orçamento militar acrescenta mais 22 mil milhões de dólares ao de 2019. Os
EUA são de longe o país com o maior orçamento militar mundial, para suportar o
incontável e diverso armamento, o número elevadíssimo de soldados espalhados
por centenas de bases em todos os continentes e efectuar provocações, agressões
e assassínios, como o caso recente do assassínio do general iraniano, criando
instabilidade e ameaçando a paz.
Para aquilatar da enormidade do orçamento militar dos EUA,
pode-se referir que é quase quatro vezes mais que o Produto Interno Bruto (PIB)
de Portugal. Pode-se igualmente comparar com os 6 mil milhões de dólares gastos
pela UNICEP, para minorar a pobreza que afecta milhões de crianças em todo o
Mundo.
Os lucros de grandes empresas americanas de armamento (Boeing,
Lockheed Martin, Northrop Grumman, Raytheon, General Dynamics) cresceram desde
2002, 47 por cento, tendo sido em 2018 da ordem dos 148 mil milhões de dólares.
Segundo o livro «The Triumph of Injustice» (O Triunfo da Injustiça),
dos economistas franceses Emmanuel Saez e Gabriel Zucman, as 400 famílias mais
ricas dos EUA pagaram em 2018, menos impostos (23%), do que metade das famílias
mais pobres que trabalham (24,2%).
A evolução de pagamento de impostos pelos mais ricos nos EUA é
significativa. Em 1960, pagavam 57%; em 1980, 47%; em 2018, 23%. Entretanto,
mais de 140 milhões de pessoas (46% da população) são pobres nos EUA, ou têm
rendimento insuficiente para pagar as despesas essenciais.
A diminuição consecutiva de impostos para os mais ricos, tem
sido uma produção legislativa de décadas dos partidos Republicano e Democrata,
que nesta, como noutras questões, não se diferenciam nada, como aconteceu na
votação do orçamento militar de 738 mil milhões de dólares para 2020 que ambos
aprovaram.
Duas faces da mesma moeda do capitalismo: aumentar o seu
potencial de armamento e meios militares, para garantir cada vez mais lucros e
enriquecimento duma minoria, à custa de mais pobreza, miséria e ameaças à paz.
Se não conhecesse de ginjeira os poucos escrevinhadores que ainda restam neste local que já raramente frequento, admirava-me como é que estes dados que aqui publica sobre o imperialismo ianque, o tal que tanto mal ao mundo tem trazido e continua a trazer, mas não. Preocupam-se, é a tentar que os "deserdados" desistam e alinhem com a sua defesa envergonhada do capitalismo. Mais suave, como pretendem, como se isso fosse possível. Parabéns pelo texto e pela informação.
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