quarta-feira, 5 de agosto de 2015



Nunca Mais!
70 anos dos bombardeamentos nucleares contra Hiroxima e Nagasáqui
Assinalam-se, a 6 e 9 de Agosto respectivamente, 70 anos sobre os bombardeamentosnucleares, pelos Estados Unidos da América, contra as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui. Nesta data, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) lembra o acto de barbárie cometido contra populações indefesas num momento em que o império japonês já se encontrava militarmente derrotado, na frente terrestre na Ásia e na frente aéreo-naval do Pacífico, e se havia iniciado o processo da sua capitulação às Forças Aliadas.
Os bombardeamentos atómicos das duas cidades japonesas – sem qualquer importância para o desfecho da guerra – constituíram acima de tudo uma aterrorizante demonstração de superioridade militar por parte dos EUA. Pela sua própria natureza, a arma atómica não tem como destino a utilização na frente de batalha, mas sim as populações civis e os centros urbanos e industriais.
Para além das 250 mil mortes provocadas no imediato, e nos dias subsequentes, os bombardeamentos atómicos deixaram uma herança de sequelas graves nas populações vizinhas: a proliferação de doenças cancerígenas e malformações genéticas, que persistem hoje, sete décadas passadas, atribuídas à exposição às radiações ionizantes e às substâncias radioactivas.
Aterrorizados com este que foi, sem dúvida, um dos maiores crimes alguma vez perpetrados, os povos do mundo uniram-se para que tal tragédia não voltasse a acontecer, fazendo do Apelo de Estocolmo, contra as armas nucleares (lançado em 1950) uma gigantesta manifestação contra as armas nucleares. Essa causa mantém hoje flagrante actualidade, tendo em conta que o actual arsenal de armas nucleares é infinitamente maior e mais poderoso, a utilização destas armas significaria a destruição da espécie humana e da civilização.
Num momento em que muitos milhões de seres humanos são confrontados com a regressão das suas condições de vida e dos seus direitos, as despesas militares mundiais atingiram, em 2014, qualquer coisa como 1,8 biliões de dólares, parte considerável dos quais canalizados para a manutenção e modernização de armas nucleares.
Reafirmando o seu compromisso com a construção de um mundo de justiça e paz o CPPC presta homenagem às vítimas das armas nucleares lançadas em Hiroxima e Nagasáqui, e exige:
-Que nunca mais se repita o holocausto nuclear;
-A abolição das armas nucleares e de extermínio em massa e o desarmamento geral e controlado;
-O cumprimento das determinações da Constituição da República Portuguesa e da Carta das Nações Unidas, em respeito pelo direito internacional e pela soberania dos Estados e igualdade de direitos dos povos.
Direcção Nacional do CPPC

4 comentários:

  1. Essa desgraça teve, a meu ver, a finalidade de testar o potencial da bomba, alicerçada na indignidade do ataque japonês inopinado ao Porto das Pérolas. Se algum lado "positivo" teve, foi o de se ficar a conhecer o seu potencial destrutivo, que levou homens como Bertrand Russell a encabeçar todas as manifestações contra as armas nucleares, o que lhe custou ser expulso do ensino, nos Estados Unidos, e preso na sua terra, Inglaterra, já com mais de noventa anos... Amândio

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  2. Bem lembrado, amigo Amândio! A estatura moral de Bertrand Russel é gigantesca.

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  3. Já em tempos, tive a oportunidade de escrever neste blogue sobre a tragédia e o horror que foi o criminoso lançamento da bomba atómica sobre duas cidades Japonesas, e porque não tenho muito mais a acrescentar ao excelente texto do senhor Francisco Ramalho, apenas deixo aqui um pequeno reparo: É impressionante a indiferença aqui manifestada (desculpem a franqueza) pela esmagadora maioria dos nossos companheiros de blogue, sobre tão importante e até/ infelizmente) actual assunto. Pergunto: Esta indiferença é por causa de consideraram tal crime e tragédia, uma coisa normal, ou deve-se ao facto de que, quem cometeu tal crime, ser a Nação mais poderosa do Mundo ?

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  4. Obrigado pelo silêncio . Realmente sou um ingénuo sonhador.

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