segunda-feira, 10 de agosto de 2015

CRISTIANO RONALDO: Um astro que brilha mais do que a sua própria galáxia

Um dos grandes acontecimentos científicos deste ano de 2015, na área da astronomia, foi sem dúvida a detecção da luz de  uma galáxia existente na infância do Universo, considerada o berço formador de outros  sistemas galácticos, hoje estimada grosseiramente em 100 bilhões.
Por isto, a justificável emoção que tomou conta de toda comunidade científica, ao ser anunciada por uma equipe internacional de astrónomos a descoberta da galáxia mais brilhante dos primórdios do Universo com sinais de aparecimento das primeiras estrelas entre 0,8 a 1 bilhão de anos.
Considerando  a estimativa aceita de que o Universo tenha sido  formado, entre 13,8 a 14,5 bilhões de anos, a idade acima praticamente  representa  a fase inicial de tudo que nos rodea. Numa escala mais compreensível, considerando uma simulação de que o mundo tenha sido formado em um ano, a galáxia em questão estaria  nesta fase com 20 a 25 dias de existência.
Costuma-se  usar anos terrestres  para designar as idades  dos astros que compõem  o cosmo, uma medida aparentemente incongruente, pois a terra ainda nem tinha sido formada, mas isto é apenas uma equivalência, visa tão somente dar uma ideia aproximada muito superficial do tempo de existências dos  infinitos componentes deste colossal Universo.
Esta galáxia, inicialmente sem nome escolhido, com propriedades enquadradas dentro das iniciais R7, por estar localizada numa posição e distância definida  pelos cálculos  astronômicos como sendo “Redshift de z = 7”(desvio para o vermelho), conhecido como protocolo padrão de medição usado na astronomia para posicionar e estabelecer características de um ente cósmico.
Esta importante descoberta foi da equipe liderada pelo português  David Sobral, consagrado pesquisador  do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL)  e  também  do Observatório de Leiden, na Holanda.
Na escolha do nome a ser atribuído à galáxia, houve algumas coincidências:  a situação enquadrada como  R7 e o pesquisador ser português e certamente admirador do genial futebolista Cristiano Ronaldo, conhecido com as iniciais CR7. Buscando homenageá-lo procurou uma coincidência de abreviações, bastava tão somente para isto escolher uma palavra correlata que começasse com  a letra “C”, não dando outra, o nome escolhido foi Cosmos que além  de agradar a equipe pode também homenagear o famoso jogador, temos portanto, agora, CR7( Cosmo R7) para designar também esta grande descoberta da astronomia.
Alguns astrônomos por este mundo afora tem se manifestado contra  o nome dado e nem dos objetivos por ele visado, que foi  indiretamente em homenagear uma pessoa alheia ao meio astronômico,  pois, via  de regra, o nome dos  componentes descobertos no Universo costuma  ser de astrônomos ou cientistas que se destacaram no passado, sendo unânimes em afirmar que neste caso houve absoluta falta  de coerência.
A coerência nunca foi um forte  nas decisões dos astrônomos quando fora de suas atribuições específicas  dentro da ciência. Veja  o caso envolvendo Plutão que foi rebaixado à condição de planeta anão,  sob a justificativa de ser pequeno em relação aos demais e ter algumas perturbações orbitais , sem agregamento de  nenhuma vantagem  científica e pedagógica , beneficiando  tão somente os editores de livros que tiveram que atualizar  as suas edições anteriores. Constituindo a meu ver o primeiro caso de   “BULLYING ASTRONÔMICO” de que se tem noticia na historia da humanidade.
E nem tudo são flores neste meio, que sentiu um grande  abalo com a publicação  em 2004, do livro escrito pelo casal de  escritores investigativos americanos Joshua Gilder e Anne-Lee Gilder, com o titulo título Heavenly Intrigue: Johannes Kepler, Tycho Brahe, editado e traduzido em Portugal  com o titulo: Intriga Cósmica, pela editora Aletheia, dando conta de haver grandes evidências de que o consagrado astrônomo e cientista Johannes Kepler tenha assassinado, por envenenamento, o também astrônomo Tycho Brahe, de quem tinha sido pupilo, para se apossar de seus estudos sobre a órbita do planeta Marte, base utilizado por Kepler para lançar as leis que regem a harmonia planetária, tornando-o conhecido como um dos maiores pesquisadores dos segredos da cosmologia.
Polêmica à parte, se a intenção  foi de nominar a galáxia para lembrar e homenagear  este famoso astro futebolístico, dotado de luz própria, na prática ocorreu o contrário, ela é que será lembrada para eternidade por carregar consigo as iniciais de um nome consagrado no meio  do esporte mais popular  e requisitado do nosso planeta.
Publicado no jornal brasileiro Diário da Manhã no dia 10/08/2015, no caderno DMRevista pg. 4

Site do jornal:     http://digital.dm.com.br/

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