domingo, 17 de maio de 2020

Morrer de velho e de pobreza


Quando fazemos um seguro contra um risco qualquer, temos, por norma, a secreta esperança de nunca usufruirmos da respectiva indemnização, pois o que mais desejamos é que a fatalidade não aconteça. Com as medidas de prevenção que o governo tomou relativamente aos males mais ou menos previsíveis a que poderíamos estar sujeitos com a covid-19, e atendendo ao que, até ao momento, aconteceu, tudo indica que se tenha feito um seguro demasiadamente confortável. É o que se depreende das notícias sobre inúmeros hospitais de campanha plantados um pouco por todo o País, no temor do pior, que estão a ser desmantelados por falta de “clientes”. Concluirmos que houve erro de cálculo é muito fácil depois de passado o susto e, por isso, não acuso as autoridades competentes de desperdício evitável, embora não deixe de pensar que, entre aquisições de materiais, custos de implantação e, agora, os de desmantelamento de tais estruturas, não se olhou a gastos, tal como, na tomada das inúmeras medidas de contenção, não se ponderaram devidamente os custos que o futuro ainda não nos fez chegar. Valha-nos a satisfação de termos ficado mais bem preparados para futuras pandemias que, aliás, oxalá não aconteçam. Foi o “prémio” de um seguro exagerado, mas remanesce um problema: o País não é rico e tem de o pagar.

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