Ao meu gabinete, por favor...
Já lá vão umas largas dezenas de anos, almoçava eu num “tascoso”
em Paços de Ferreira, aliciado por alguém que dizia ser a cozinha ali muito
boa, mas não cheguei a comprovar verdadeiramente se era, porque nunca mais lá
pus os pés; a verdade é que havia lá muita gente a ”encher o bucho”, e o que
estava a saír em grandes quantidades era feijoada, quando um “comilão”, com a
boca cheia, largou um espirro com tal potência que “pulverizou” tudo quanto
estava à sua frente, ficando até a parede cravadinha de bagos de arroz e feijões.
Como não estava naquele “raio de acção”, não fui atingido pelo inesperado
esguicho, mas a coisa impressionou-me de tal modo que ainda hoje, se alguém
espirra perto, olho automaticamente para que lado teriam ido os “perdigotos” e
vem-me à memória a cena do restaurante que, embora possa acontecer a qualquer
um, julgo que ninguém contará com ela, muito menos daquela forma.
Para garantir com sucesso a reabertura da actividade
económica, colocam-se às mais variadas
empresas problemas complexos, desde logo de facturação suficiente para fazer
face às despesas; parece que, para os restaurantes, estão previstas divisórias
em acrílico para isolar os comensais nas suas mesas, e eu imagino-me, numa
situação dessas, a chamar o empregado “ao meu gabinete”, sempre que precise de
alguma coisa mais...
Amândio G. Martins
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.