sábado, 30 de maio de 2020


Até os animais conseguem ser mais educados...


A luta política em Espanha está transformada num “rifirrafe” interminável, em que não são respeitadas regras básicas de relacionamento democrático; com o “Estado de Alarme” ainda em vigor, por força da Pandemia é dado ao Governo muito espaço na Comunicação Social, o que deixa as “direitas” num ataque de nervos permanente, provocando propositados incidentes para dar nas vistas.

Num debate no Congresso, onde se pretendia discutir as medidas de reconstrução económica do país, faltou debater o tema proposto mas sobraram os insultos; de facto, a oposição não consegue falar de mais nada que não seja um acirrado ataque ao Governo no seu conjunto e a cada ministro individualmente, sempre que é chamado para tratar temas específicos da sua pasta.

Ao ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, por ter demitido, no  uso das suas competências, um coronel do comando da Guarda Civil, disse uma deputada de Vox que deveria ser algemado e encarcerado por aquela guarda, que a sua decisão foi abusiva e um ataque à honra daquela força policial.

Sendo Vox um partido que está constantemente a fazer apelo à rebelião das forças armadas contra o que chama um “Governo ilegítimo e comunista”, Pablo Iglésias, um dos vice-presidentes, disse a Espinoza de los Monteros, da direcção daquele partido, que eles bem gostariam de dar um golpe de Estado, só que não se atrevem, o que levou o deputado fascista a fingir-se ofendido e abandonar a sala, com Iglésias a dizer-lhe, sorrindo: “Cierre al salir, señoria”.

Mas foi ainda com Iglésias que se deu o momento que ocupou muito tempo nas televisões quando, perante o palavreado agressivo da famosa porta-voz do P. P., Cayetana de Toledo, se lhe dirigiu tratando-a por “señora marquesa”, que vinha para ali falar de ETA, demonstrando quão pouco lhe interessam os reais problemas dos espanhóis, ao que a dita marquesa lhe chamou filho de terrorista, que a sua aristocracia era a do crime político, isto porque Javier Iglésias, pai de Pablo, foi no tempo de Franco militande de um grupo basco chamado FRAPE.

Temos cá um casal de gatos já velhos, ele um pouco mais novo -  que poderiam ensinar “boas-maneiras” a muita daquela gente ; como a gata nasceu cá, de uma ninhada que ficou sem mãe muito cedo, por ter sido atropelada, a minha filha lá conseguiu arranjar quem ficasse com os irmãos e escolheu aquela para nós; ele apareceu por aqui mais tarde a pedir comida, e ela fez-lhe logo saber quem mandava; e a verdade é que o bichano, que nunca mais daqui saíu, até para comer espera por ela, só o fazendo quando ela já não quer mais e vai embora...


Amândio G. Martins

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