segunda-feira, 11 de maio de 2020


Um novo “normal”...


Judas, com um beijo, marcou Cristo para morrer, num ignóbil acto de traição mas, no tempo actual, na mais pura boa-fé, também podemos condenar ou ser condenados à morte, com um simples beijo, ou aperto de mão; e quando a Economia, sempre impaciente, quer empurrar as pessoas para que comecem a mexer, já está a tirar partido da insegurança muita gente que pode merecer confiança, mas também muito figurão nada recomendável a quem, mais que proteger, interessa encher os bolsos à custa do medo das populações.

Os líderes mais impacientes para que tudo volte ao estado de antes, haja ou não condições, são os mesmos que se opuseram encarniçadamente a qualquer paragem, porque sabem bem que a maioria dos que morrem é gente que não lhes interessa para nada, vendo na pandemia mais uma óptima forma de se livrarem de muitos incómodos.

Os nossos “parceiros” da península, fortemente golpeados pelo vírus, têm um líder de Governo que não abre mão do comando único para controlar a moléstia, só  permitindo, com regras apertadas, alguma abertura naquelas regiões que demonstrem ter os contágios em decréscimo, por muito que protestem os líderes das comunidades autónomas, alguns do seu próprio partido, que têm pressa em agradar à gente dos negócios mas, por muita razão que lhes assista,  a Economia só pode funcionar e faz sentido com gente viva e saudável, não com mais uns quantos milhares de mortos no horizonte, pelo que Pedro Sánchez lhes responde: “Cumpliremos a rajatabla las recomendaciones de los expertos e los científicos”...


Amândio G. Martins

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