Gosto pouco de inferências partindo do particular para o geral. Especialmente quando vêm de indivíduos que têm por hábito fazê-lo a toda a hora e quase não sabem pensar de outro modo. Um polícia cometeu um crime? A polícia é toda um bando de sacanas. Um juíz deu uma sentença pífia? Maldita justiça em que todos são uns privilegiados corporativos que se estão marimbando para o resto. Um político deixou-se corromper? Os ditos são todos iguais. Um médico do SNS cometeu um erro? Bandidos mal intencionados, os profissinais da medicina que só pensam em dinheiro e pouco nos doentes. Bom, este último exemplo não será válido para os tempos da covid-19, pois agora só há herois dentro dos hospitais...
Vem isto a propósito duma notícia que ouvi hoje no "Jornal da Tarde" da RTP1. Informava que uma empresa textil de Lousada, se tem mantido em laboração plena, embora.... tenha todos os trabalhadores em "lay-off". Ser-me-ia permitido que inferisse que os empresários privados - o "outro lado" - são uma corja de patifes, parolos mas espertos, que só pensam no Estado se isso lhes trouxer benefícios? Ou que dirão ao espelho que são muito inteligentes e não fizeram nada mais que, com argúcia, transformarem um "obstáculo numa oportunidade"?
Fernando Cardoso Rodrigues
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