quinta-feira, 14 de maio de 2020


É de há muito sabido...


...Que a má distribuição da riqueza produzida constitui o principal problema que afecta milhões de famílias um pouco por todo o lado, mas sobretudo em países onde o capitalismo funciona em roda-livre, dando origem à concentração de grandes fortunas nas mãos de poucos, como é o caso dos Estados Unidos, sociedade cujas deficiências se revelam mais quando rebentam crises como a actual e a anterior.

Neste sistema, que também por cá funciona, a grande maioria das pessoas, mesmo  trabalhando o tempo todo, vive eternamente pobre, pois raramente alguma empresa se digna distribuír os lucros por quem os produz porque, no caso das maiores, são os accionistas que, sempre à espreita, levam tudo e mais que fosse, mesmo quando a conjuntura e a prudência aconselham que se capitalize e invista no fortalecimento da própria empresa, até  para assegurar os postos de trabalho, que nada preocupam aqueles glutões.

Assim,  jogada publicitária à parte, o anúncio de uma cadeia de supermercados, de capital espanhol, de que ia distribuír pelos 90 mil trabalhadores, em Portugal e Espanha, 384 milhões de euros dos seus lucros, “em reconhecimento pelo esforço e compromisso revelado por todos durante a pandemia”, parece-me um bom exemplo que outros distribuidores de bens de grande consumo também poderiam copiar...


Amândio G. Martins





1 comentário:

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