Uma definição do
amor...
É um nada amor que
pode tudo,
É um não se entender
o avisado,
É um querer ser livre
e estar atado,
É um julgar o parvo
por sisudo;
É um parar os golpes
sem escudo,
É um cuidar que é e
estar trocado,
É um viver alegre e
enfadado,
É não poder falar e não
ser mudo;
É um engano claro e
mui escuro,
É um não enxergar e
estar vendo,
É um julgar por
brando o mais duro;
É um não querer dizer
e estar dizendo,
É um no mor perigo
estar seguro
É, por fim, um não
sei quê, que não entendo.
Nota – Este soneto,
publicado como anónimo na “Fénix Renascida”, está atribuído a António da
Fonseca Soares, poeta e missionário, que viveu na segunda metade do século XVII.
Transcrito do livro anexo por
Amândio G. Martins
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