Em
plena pandemia COVID-19, um grupo de paramilitares e mercenários
desencadeou uma operação armada (Operação Gedeón), cujo
objetivo era tomar de assalto edifícios e infraestruturas
estratégicas, como o principal aeroporto do país, sequestrar ou
assassinar responsáveis políticos incluindo o seu presidente, depor
o Governo e substitui-lo por outro da confiança de quem apoiou tal
operação.
Não
será isto notícia? Pelo que se constou, parece que não. Não abriu
telejornais, não foi primeira página de jornais de referência, com
exceção do jornal Avante e do Conselho Português para a Paz e
Cooperação,passou aí, onde passou, como cão por vinha vindimada.
É
pois, esta, a informação que temos. A informação dominante que
formata opiniões.
Porquê
o quase silêncio sobre este atentado terrorista, este acontecimento
de tal gravidade? Ora porquê! Porque se trata de um dos países que
não se submete ao autodenominado guardião da democracia e dos
direitos humanos, os EUA, e seus aliados ou vassalos, a Venezuela.
Segundo
as entidades acima referidas que, com a devida vénia, citamos, tal
operação foi apoiada pelos já referidos EUA e pela Colômbia.
Vários
mercenários e paramilitares foram mortos e 48 capturados. Entre
eles, alguns veteranos de guerra norte-americanos e desertores do
exército venezuelano. Do material apreendido, consta um contrato
escrito com a empresa privada de mercenários Silvercorp sediada na
Florida, cujo proprietário é um militar veterano dos EUA. O valor
do contrato é de 212 milhões de dólares. Assinado, imaginem por
quem? É verdade, por esse mesmo; o preferido de Trump e não só, à
presidência da Venezuela, Juan Guaidó.
Tudo
isto, como se disse, em plena pandemia(3/5/20) que assentou arrais
na América Latina e na outra mais a norte onde está a provocar
milhões de desempregados, muito sofrimento e morte. Nem assim, como
se vê, o imperialismo norte-americano desiste de tentar de novo,
transformar a América Latina no seu quintal das traseiras. Por isso,
continua a apoiar, a fomentar, ações terroristas como esta, a
tentar impor marionetas como Guaidó, e embargos, como o faz a Cuba e
à Venezuela, mesmo em tempo de pandemia que tantas dificuldades
cria àqueles povos e respetivos Governos, para a combater.
É
esta, a moral, o respeito pelo Direito Internacional, de quem detém
a mais poderosa máquina de guerra do mundo, e domina a aliança
político-militar que, ao seu serviço, intervém a nível global, a
NATO.
Agora,
quando se diz que depois desta calamidade que fustiga a humanidade,
nada será como dantes, agora, com o atual inquilino da Casa Branca a
desvalorizar a saúde e a vida do seu povo, dos povos, fazendo humor
negro, propondo mesinhas e disparates para a cura da doença,
culpando terceiros pelo aparecimento do vírus que lhe dá origem,
não será tempo de nos distanciarmos? Não será tempo de se dar
cumprimento à nossa Constituição que preconiza o fim de todas as
organizações político-militares, e exigirmos a saída de Portugal
da NATO?
Francisco
Ramalho
Publicado hoje no jornal acima referido
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