Vacinas: a ignorância ao poder, também aqui...

Entendo mesmo que este - o poder estar a ficar nas mãos de ignorantes - é um dos "nós cegos" da vida actual. Não tão "cego" assim, pois isso já se vê na política e na sua utilização para dominar os poderes públicos. E os "iluminados" utilizam isso muito bem para, com métodos democráticos do voto e sua utilização através das  massas ignaras e, por isso mesmo, tendencialmente seguidistas, lhes limparem o caminho de acesso.
Mas agora esse trilhar "contra.natura" está a estender-se à isenta ciência que, por isso mesmo, caminha sem parangonas estultas e assim pouco eficazmente. Isto vem bem expresso no PÚBLICO de hoje, num artigo intitulado "Grupos antivacinas estão a vencer competição no Facebook", que resume um outro, seminal, que, também hoje, vem publicado na revista Nature que, como se sabe, é, a par da Science, das revistas científicas mais conceituadas. E nos diz  que, dentro de três grupos identificados - os pró-vacinas, os anti-vacinas e os indecisos - é este último que mais avança ... no sentido do segundo! De tal modo que, pensa-se, este último será predominante dentro de dez anos.
Num tempo de Covid-19, em que se procura uma vacina "a todo o pano", mas em que o medo ( mais social) já faz prever o recrudescimento do sarampo e doutra doenças já praticamente erradicadas, esta a notícia é aterradora! E tudo isto porquê? Porque o segundo grupo, na sua falta de escrúpulos e ignorãcia acintosa, é muito mais eficaz na organização comunicacional que a conspícua ciência, que só vencerá se utilizar métodos emprestados pelo inimigo anterior. E também isto é trágico, pois não são estes os métodos tradicionais da ciência. Que nos espera?

Fernando CardosoRrodrigues