terça-feira, 12 de maio de 2020


Serena contundência...


Terão passado já duas dezenas e meia de anos desde que António Guterres, em campanha eleitoral, prometeu que instituiria uma prestaçao mínima para aquelas famílias que não tivessem qualquer meio de subsistência, o que veio a tornar-se realidade logo que teve poder para isso; a coisa foi muito criticada por quantos não têm nas suas preocupações a enorme quantidade de gente que passa mal, mas lembro-me de ouvir Durão Barroso, já primeiro-ministro, louvar a decisão e mostrar pena que não tivesse saído de um governo do seu partido.


Passado todo este tempo, também o actual Governo espanhol está a estudar uma medida semelhante e com as mesmas regras, a que chama “Ingreso Mínimo Vital”, com prestações que podem ir de 462 a 1015€ mensais; mas Pablo Iglésias, um dos quatro vice-presidentes a que a coligação obrigou e figura que mais se bate pela ideia, tem sido atacado e insultado, em pleno Parlamento, a que responde sempre no tom sereno que o caracteriza, na mesma linha do chefe do Governo.

Acerca deste tema, um deputado do "Ciudadanos" perguntava de forma inqualificável como pode ser levado a sério um palhaço como o vice-presidente segundo, que quer pôr a Espanha a sustentar malandros; a este insulto, Iglésias respondeu simplesmente que se lutar para combater a fome de milhões de espanhóis é ser palhaço, “soy payaso con mucha honra”.

Numa comparação repugnante, uma deputada de "Vox" usou os mortos nos lares de terceira idade, onde o vírus apanhou muita gente fragilizada, que nem era preciso terem aprovado a eutanásia, que a pandemia estava a fazer muito bem o que a esquerda pretendia; sempre sereno, Pablo Iglésias disse-lhe: "Ustedes son un partido con grandes nombres, pero ningún escrúpulo”...


Amândio G. Martins



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