Serena contundência...
Terão passado já duas dezenas e meia de anos desde que António
Guterres, em campanha eleitoral, prometeu que instituiria uma prestaçao mínima
para aquelas famílias que não tivessem qualquer meio de subsistência, o que
veio a tornar-se realidade logo que teve poder para isso; a coisa foi muito
criticada por quantos não têm nas suas preocupações a enorme quantidade de
gente que passa mal, mas lembro-me de ouvir Durão Barroso, já primeiro-ministro, louvar a decisão e mostrar pena que não tivesse saído de um governo
do seu partido.
Passado todo este tempo, também o actual Governo espanhol
está a estudar uma medida semelhante e com as mesmas regras, a que chama “Ingreso
Mínimo Vital”, com prestações que podem ir de 462 a 1015€ mensais; mas Pablo
Iglésias, um dos quatro vice-presidentes a que a coligação obrigou e figura que
mais se bate pela ideia, tem sido atacado e insultado, em pleno Parlamento, a
que responde sempre no tom sereno que o caracteriza, na mesma linha do chefe do
Governo.
Acerca deste tema, um deputado do "Ciudadanos" perguntava de
forma inqualificável como pode ser levado a sério um palhaço como o
vice-presidente segundo, que quer pôr a Espanha a sustentar malandros; a este
insulto, Iglésias respondeu simplesmente que se lutar para combater a fome de
milhões de espanhóis é ser palhaço, “soy payaso con mucha honra”.
Numa comparação repugnante, uma deputada de "Vox" usou os
mortos nos lares de terceira idade, onde o vírus apanhou muita gente
fragilizada, que nem era preciso terem aprovado a eutanásia, que a pandemia
estava a fazer muito bem o que a esquerda pretendia; sempre sereno, Pablo Iglésias
disse-lhe: "Ustedes son un partido con grandes nombres, pero ningún escrúpulo”...
Amândio G. Martins
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.