Engano de vida ledo e cego...

Quando, na outra semana, tive de ir a uma consulta ao hospital de Viana, foi-me logo à entrada ”enfiada” uma máscara, que teria de usar enquanto lá estivesse dentro; e aquilo, realmente, é mesmo um “arrocho”, que põe o “paciente” a respirar o seu próprio ar expelido, carregado de CO2 e, no caso de usar óculos, como é o meu, ficar com a visão muito diminuída pelo embaciamento das lentes.

Andei com aquilo cerca de hora e meia, o tempo que lá estive dentro, e tirei-a logo que me apanhei no exterior; não fiz a porcaria que vi por lá espalhada pelo chão, no acesso ao parque de estacionamento; trouxe-a para casa e metí-a em água com lixívia, sequei-a e guardei-a, mas fiquei com poucas dúvidas acerca da validade daquilo como protecção credível.

É que são tantas as regras para que aquilo possa proteger alguma coisa, que simplesmente não acredito que possam ser cumpridas, como aquela de não se lhe dever tocar, para além do atilho, quando está sempre a ser preciso ajustar o “açaime” ao focinho, sobretudo usando óculos, e já vi gente com o “acessório” tão emporcalhado que até me arrepiei; e aquelas luvas que vejo muita gente usar são outra armadilha, porque se não levarem o vírus na pele das mãos, levam-no no plástico dessa falsa protecção.

No que eu realmente acredito é no distanciamento físico, não se sabendo quem pode ou não estar infectado; de facto, não havendo para já forma de testar toda a gente, isolando os que estão doentes, só mesmo o afastamento nos poderá garantir alguma segurança; e também me parece uma sandice andar a desinfectar ruas, parques e até praias, como já vi em Espanha, quando se sabe que o vírus não está activo muito tempo fora do corpo humano, e os locais assim pretensamente limpos podem ser contaminados logo de seguida por quem for portador...

Amândio G. Martins