À volta do Brexit

O resultado das eleições de anteontem no Reino Unido, deram uma inequívoca vitória aos conservadores e, acima de tudo, a Boris Johnson. E, obviamente, à consumação inexorável do Brexit. Ponto final. Ficam no entanto duas coisas que ainda vão dar muito que falar: a subida exponencial dos nacionalistas escoceses e a queda estrondosa do "Labour", ou, melhor ainda, de Jeremy Corbin (JC). A primeira prenunciando uma desagregação da "unidade do Reino", que talvez vá provocar muitos "engulhos" aos "separadores nacionalistas" deste mundo que até "defenderão" a histriónica figura agora vencedora, só para verem a Europa sofrer de qualquer modo. Quanto às causas que "abateram " JC, haverá muito a dissecar. Uns dizem que, mais que à sua posição dúbia sobre o Brexit, os votos fugiram-lhe devido ao programa "esquerdista" que defendia, com nacionalizações a "granel", que afastaram os eleitores de "centro", temerosos de programa tão "comunizante". Provavelmente as causas virão dos dois aspectos, mas alguém fez notar que, nas anteriores eleições contra Teresa May, os trabalhistas, com o mesmíssimo programa, portou-se bem no confronto. Ficaria então a posição ambivalente e pífia que manteve quanto ao Brexit e que "enjoou" os britânicos, mais a mais, num processo tão demasiado prolongado como o que se estava a desenrolar. Ou... os ingleses gostavam mesmo era da... "terceira via" de Blair?... Ficam as dúvidas.
NOTA: Fiquei espantado com a atitude de Jorge Coelho na "Circulatura do Quadrado" ( raio de nome!)! Disse de Corbyn o que "Maomé não disse do toucinho", "levou uma banhada", " devia ser pior" e...por aí fora. Foi quase patético ser Pacheco Pereira ( do PSD...) a contraditá-lo, na diatribe feroz com que o "socialista" se atirou ao trabalhista perdedor! A ideologia já não é o que era...

Fernando Cardoso Rodrigues