Palavras: erros ou nem tanto

Não sou dado a muitos purismos na palavra escrita, mormente quando se vê logo que foi um erro casual que, muitas vezes, depende dum mau toque no teclado que escapa mesmo à edição repetida. E eu mesmo sou "disgráfico" com os verbos compostos a partir do "vir" e do "ver". Mas há outros erros  que são inadmissíveis, especialmente aqueles que derivam de negligência ou, pior ainda, de conceitos mal "digeridos". Com as siglas, nem se fala! Ainda anteontem João Miguel Tavares, no PÚBLICO, designava por Sistema Nacional de Saúde, aquilo que é Serviço Nacional de Saúde (talvez pela sigla SNS...) e é grave pois o primeiro refere-se à organização total, enquanto o segundo reporta ao sector público, somente. Ontem foi Vicente Jorge Silva (VJS), no mesmo jornal, que falava de "alterações climatéricas" e me pôs a desconfiar. Mas "meti a viola ao saco" pois, talvez por via popular, pode-se usar indistintamente "climático" e "climatérico", muito embora o primeiro seja, provavelmente, mais adequado no contexto do que escreveu. O segundo é somente apropriado no que se refere à pré-menopausa e - fiquei a saber, da "andropausa" (embora esta seja uma entidade médica mal definida...) - embora o dicionário Universal, equipare "climatérico" com "diz respeito ao clima" mas não faça o mesmo com "climático" na eventual sinonímia com "climatérico"....
Mais duas. Nas palavras cruzadas do mesmo PÚBLICO, pede-se palavra que signifique "... ligado à palma do pé". À palma?! Então não será... à planta? A não ser...bom, "cala-te boca"! Termino com um comentário de um senhor no facebook que, depois de uma "brilhante" equiparação de fascismo a capitalismo, resolve dizer que isto.... não é "isotérico". Simples, em vez de trocar os "bês" pelos "vês", troca os "és" pelos "is"...

Fernando Cardoso Rodrigues