Ilustre Mário de Jesus, meu quase companheiro de outras marchas e paradas, mas nos ombros de igual patente. Ambos fomos alferes, e dentro desse posto soubemos ganhar os valores da Honra e da Dignidade. O seu afastamento de dentro deste painel tomado pelos maneirinhos que se parabenizam entre si, num entretenimento que a idade mal justifica, não os absolve dos actos praticados para consigo e para com outros. Nós que lidamos com mais homens que alguns com outros clientes/fregueses, a precisar de diferentes cuidados, soubemos sempre demonstrar-lhes respeito. Eu enquanto ex ranger, aprendi a enfrentar qualquer prepotente, pois o nosso Lema, é mais ou menos -"estar sempre pronto e dar luta à ameaça que se levanta ou nos persegue". A memória já não a reproduz com exactidão, mas o espírito é esse. Nenhum de nós é anónimo, uma vez que tal anonimato é bem identificado nas publicações em que intervimos. Anónimos são os ignorados que se acham ouvidos e achados, mas cuja importância assenta apenas numa linha imaginária de valor zero. Eu reconheço-lhe qualidades difíceis de imitar, pela sua incansável pesquisa de nos informar sobre factos que repousam na História e em algumas memórias privilegiadas. Outros para se tornarem visíveis e presentes, recorrem a obras de autores alheios, mas ocupam desse jeito, espaço aqui neste blog, na tentativa de que a Girafa com o seu pescoço longo, as possa tragar. Eles pensam em nós como analfabetos que querem "educar" e demonstrar-nos, que o que lêem, é ideal para enriquecer o nosso conhecimento. Pedantes, farsantes, e atrevidos é o que são. Nós se estivéssemos no activo, mandava-os rastejar até ao pórtico mais duro de escalar. Quero que saiba, meu companheiro das "letras", que o meu respeito por si, é extensível a toda a sua prol, netos incluídos. A "criançada madura" que aqui se pronuncia, terá na idade certa, ou seja, no tempo adequado, a paga por tanta ousadia aparvalhada. Há de aparecer uma vacina para tal doença. Eu saberei tomar-lhes o pulso, e actuarei em conformidade, sem recurso a qualquer auxiliar. Abraço, saúde, e Feliz Ano Novo 2020;
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...voltei aqui, apenas para lhe dedicar um Poema de Cecília Meireles. O final deste Ano está a pedi-lo. Que ele rode pela vida fora, junto a si. Espero que lhe agrade, como a mim encantou:
CANÇÃO DO CARREIRO
Dia claro,
vento sereno,
roda, meu carro,
que o mundo é pequeno.
Quem veio para esta vida,
tem de ir sempre de aventura:
uma vez para a alegria,
três vezes para a amargura.
Dia claro,
vento marinho,
roda, meu carro,
que é curto o caminho.
Riquezas levo comigo.
Impossível escondê-las:
beijei meu corpo nos rios,
dormi coberto de estrelas.
Dia claro,
vento do monte,
roda, meu carro,
que é perto o horizonte.
Na verdade, o chão tem pedras,
mas o tempo vence tudo.
Com águas e vento quebra-as
em areias de veludo...
Dia claro,
vento parado,
roda, meu carro,
para qualquer lado.
Riquezas comigo levo.
Impossível encobri-las:
troquei conversas com o eco
e amei nuvens intranquilas.
Dia claro,
de onde e de quando?
Roda, meu carro,
pois vamos rodando...
Que o nosso 'carro' rode, enquanto os cães vadios ladrem à sua passagem.
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