Prepotências!...
Em toda a minha vida de trabalho, poucos foram os empregadores
que cumpriam à risca as duramente conquistadas oito horas diárias, e na empresa
onde gastei a grande parte da chamada “vida activa”, em que não tinha horário
das nove às cinco, o normal era saír de casa antes das sete da manhã e entrar
depois das sete da tarde; isto para dizer que se alguma vez tivesse trabalhado
numa empresa na que me pedissem para dar mais vinte ou trinta minutos por dia,
se houvesse razão atendível, não teria qualquer dificuldade em colaborar.
Os trabalhadores da Kyaia, empresa de sucesso na indústria o
calçado, com uma das suas fábricas no concelho aqui ao lado, Paredes de Coura,
andam revoltados por lhes estar a ser descontado no ordenado o valor de vinte
minutos diários que se recusam a trabalhar, por não fazer nenhum sentido que
lhes seja feita tal subtracção.
Dizem que a Kyaia lhes impõe uma pausa de dez minutos de
manhã e outra igual à tarde, que teriam de compensar com vinte minutos ao fim
da jornada diária, mas como não aceitaram fazer aquelas pausas, como pode a
empresa exigir os vinte minutos à noite? Visto aqui do meu canto, não me
parecem descabidas as pausas de dez minutos em cada metade do dia, já serem depois
os trabalhadores obrigados a compensar aqueles minutos, tanto mais se nem
sequer descansaram, me parece também altamente abusivo, não servindo de
atenuante a resposta do senhor Fortunato Frederico, titular da organização, dizendo
que mais importante é pagar os ordenados atempadamente, porque essa é obrigação
de qualquer empresário responsável perante os trabalhadores que o servem...
Amândio G. Martins
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