A motivação para escrever este texto, sobre esta partícula,
foi em razão de que a comprovação de sua existência, ter sido considerado como
um dos mais importantes acontecimentos científicos da década que se finda.
Até pouco tempo, a teoria da formação do universo, o chamado
Big Bang, estava tendo dificuldade em ser aceita pela unanimidade do meio
cientifico, por apresentar um enigma: se as partículas formadas na grande explosão,
não tem massa, como foi criado a matéria que constitui os cosmos.
Na tentativa de resolver este enigma, o cientista britânico
Peter Ware Higgs, em 1960, com
publicação em 1964, fez uma previsão eminentemente teórica (sem comprovação),
de que nesta sopa de partículas, do chamado modelo padrão (conceito da física
teórica), existia um bóson , responsável pela criação de um campo de origem magnética, que propiciava o retardamento da velocidade de algumas outras partículas,
que ao serem aglutinadas, formavam a
esperada massa, responsável pela matéria como é hoje concebida. Este elemento levou
o nome, como era de esperar, de Bóson de Higgs ou Partícula de Higgs .
Lembrando que bóson, dentro da física teórica quântica, são
partículas sub - atômicas dotadas de certa orientação (spin). O nome bóson é um derivativo do sobrenome,
colocado em homenagem ao cientista
indiano Satyendra Nath Bose, por ser ele, o primeiro a caracterizar este tipo
de elemento.
Pessoalmente tomei conhecimento da existência desta teoria,
na década de 1980. Por ter sido um dos designados para preparação e elaboração
do EIA-RIMA (meio ambiente) dos rejeitos radiativos (o primeiro no Brasil) do acidente
nuclear da belíssima cidade de Goiânia, capital do próspero estado de Goiás,
onde tivemos que manter nesta época, contatos com vários cientistas nacionais e
internacionais e ouvir deles a existência desta teoria. Confesso por ter
formação em engenharia cível, que prima pela objetividade, achamos na época,
uma teoria bastante fantasiosa e irreal.
Foi com surpresa, que tomamos conhecimento da experiência
que simulou o Big Bang realizada no mês de julho de 2012, no colossal acelerador
de partículas (27Km) na fronteira da França com a Suíça – um dos complexos mais
caros até hoje construído, confirmando a existência do Bóson de Higgs, ficando
ainda evidenciado, tratar-se de uma partícula extremamente instável e volátil.
Com esta comprovação, o enigma da formação da matéria no
universo, após a explosão primordial, está
explicada, ocorreu conforme a previsão teórica, ou seja, entre as partículas
iniciais despojadas de massa e imensa velocidade, apareceu uma, não se
sabe de onde, que se imiscuiu entre as demais, com produção de campos
de origem magnética, que ao inibir a
velocidade das outras, propiciou a criação de massa, por consequência a matéria
que nos rodeia, por isto a denominação de Partícula de Deus, dada pelo
físico Leon Lederman.
Obs: em Portugal é usado o termo bosão ao invés de bóson
Perante uma questão de tal magnitude, só me atreverei a dizer que tudo no Universo são partículas de Deus...
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