sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Também me apetece falar 4

PARTE IV


A PROVOCAÇÃO
Qualquer mortal tem à sua disposição este letal e finíssimo instrumento. Sobretudo quando sentadinho atrás do monitor. Nada satisfaz mais certas mentes do que espicaçar o parceiro, para gáudio de todos os “ouvintes” e do próprio autor da façanha. Não revela nada de bom relativamente à capacidade de auto-controlo e de contenção do autor que, aliás, pode já vir arrastado por uma torrente que vem de trás num ping-pong tão ridículo quanto desnecessário. Não fico admirado quando determinada gentinha entra na dança da provocação. Já o mesmo não acontece quando atinge outros que pensávamos serem capazes de resistir à tentação e, afinal, não são. É claro que, no melhor pano cai a nódoa, mas, francamente, há panos que deviam ter a resistência mínima a esses arroubos e que acabam por se revelarem um fioco qualquer, de origem mais que duvidosa. Em último caso, há um remédio santo para isso: basta fazer ouvidos moucos (não para as invectivas legítimas, como já atrás se disse) e ignorar os desbocados. Garanto que não será por isso que alguém verá os parentes na lama.


A AMEAÇA
Inqualificável. Sobretudo aqui, onde se pretende exercer a inteligência. Livre, superior e responsável. É o grau mais alto da ignomínia. Próprio de quem não sabe (nem quer?) viver em comunidade. Alguém me diz porque não se auto-recolhem essas pessoas a um eremitério? Certamente porque não têm olhos na cara nem na consciência. Ou não terão mesmo consciência? Que se calem de vez é o meu desejo.


OS OUTROS
Ainda há mais, mas falta-me o engenho e a memória (para além da paciência e do tempo) suficientes para chegar a tudo. Mas refiro, talvez repetindo-me, o desejável que seria premiar com o silêncio as alarvidades que inevitavelmente se nos deparam num “sítio” que eu gosto de descrever como totalmente aberto. Tanto que até acolhe a estupidez. Também esta deve ser livre para se exprimir, quanto mais não seja para que tenhamos consciência, em contraponto, do bom e inteligente que a vida tem. Deverá proibir-se a alguém o excelso prazer da estupidez?   
A CENSURA
Para se evitar muito do que atrás condenei, existe um instrumento mais do que eficaz. Exercer a divina figura da censura, tirando o pio aos outros. Pessoalmente, sou contra todo o tipo de censura, como já provei quando alguns, à socapa, fizeram tudo para que eu exercesse esse altíssimo poder. É claro que recusei sempre, e gostaria que os autores dessas tentativas metessem, agora mesmo, a mão na consciência, e, intimamente, reconhecessem o seu erro. Mas não levo a mal que continuem a pensar que estavam certos. O problema é deles. Por mim, repudio o abjecto conceito de censura e, sobre isso, tenho dito.


A RODA-LIVRE
É o que vai acontecer aqui pelo blogue. Comprometo-me solenemente a intervir apenas em ultimíssima instância. Se cada um não exercer o auto-controlo, a auto-censura (essa, sim), isto poderá tornar-se uma selva absoluta que acabará por ser habitada por um único ser vivo, aquele que “darwinamente” sobreviver ao holocausto que as vaidades e as intolerâncias vão de certeza desencadear. Que ninguém se queixe. Isto é como o clima: se não for o próprio homem a adaptar os seus comportamentos ao modo adequado, a Humanidade perecerá por sua própria culpa.  


DESABAFO
Desabafei. Agora, venham os insultos e as mentiras. Ah, e como diria o Paulo de Carvalho, desculpem qualquer coisinha, incluindo a minha falta de paciência, porque pode alguém pensar que eu creio não ter defeitos e só virtudes. Estejam tranquilos que sei bem que não é assim. Mas alguém tem de dizer algumas verdades .Hoje, calhou-me a mim.

3 comentários:

  1. Escrevo para lhe dizer que o li com muita atenção, que lhe é devida, não somente pelo cargo que desempenha aqui no blogue, mas também pelo seu carácter. Tentei digerir e acho que consegui. Divergimos na análise de algumas coisas, mas isso será irrelevante, neste contexto.
    Permita-me uma pergunta: se os anónimos são tão execráveis ( e são), porque existem, pelo menos, 27 registados como tal na Voz da Girafa? E, na sequência disto, não acha que será "obrigação" sua dizer-nos quem são aqueles que consegue identificar, imaginando que aquele que interveio há dias, poderá sê-lo? E isso não é delação já que o blogue somos todos nós e é de todos nós. Da sua resposta dependerá em muito a atitude que tomarei em relação a tudo isto que se está a passar.
    Todo o meu respeito e amizade por si!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Agradeço a atenção que me dispensou, registei que há divergências nas análises que fazemos a certos assuntos, coisa que não me surpreende, nem, naturalmente, me incomoda. Como sabe, sou pela pluralidade de opiniões.
      A existência dos anónimos (Unknown) registados no blogue deve-se, creio eu, a duas razões.
      A primeira tem a ver com o facto de alguns deles terem estado associados ao blogue através do Google+, “aplicação” que, salvo erro em Abril passado, foi desactivada sem que os respectivos detentores tenham procedido como lhes era exigido pelo Google para manterem essa qualidade.
      A segunda, tanto quanto julgo perceber, relaciona-se com o facto de os respectivos membros se encontrarem associados ao blogue através do “Blogger”, que presumo ser a ligação “por defeito” de quem não estava associado ao Google+. Provavelmente, estes membros abandonaram o blogue, fazendo questão de “apagar” a sua ligação. Não sei como é isso tecnicamente possível, talvez não seja muito difícil, sei que, nesta “categoria”, existem dois casos que, de momento, não consigo identificar. De referir, contudo, que estou na posse dos endereços de e-mail de todos eles e vou-me dedicar a um trabalho de pesquisa “microscópica” para tentar identificar o Anónimo que por aí anda. Não é que tenha enormes esperanças de sucesso mas, às vezes, quem sabe, a sorte entra-nos pela porta. Acredite que ficaria muito contente em consegui-lo e, nesse caso, não haveria horror à delação que me impedisse de escarrapachar o produto desse esforço, desde que, obviamente, eu tenha a certeza do que digo.
      Não deixo de lembrar que não possuo as ferramentas e a sabedoria dos hackers. Nem, sequer, um “livro de instruções” destinado a administradores de blogues. Se, entre os eventuais leitores destas coisas, houver quem se aperceba de que pode ajudar, pode escrever aqui o que entender ou, em alternativa, dirigir um e-mail para o endereço colocado no cabeçalho.

      Eliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.