sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

O PISA em exames


Desta vez, Nuno Crato quase me enganou. Foi na leitura do seu artigo, no PÚBLICO de 10 de Dezembro, sobre os resultados do PISA. Não é que fiquei quase convencido, meio boquiaberto, de que a sua estratégia, enquanto Ministro da Educação, teria sido a mais conveniente aos interesses do País? No dia seguinte, pela “mão” de Luís Aguiar-Conraria e Santana Castilho, também no PÚBLICO, consegui corrigir a mira, que, parece-me, estava desfocada. Não pude deixar de pensar que Nuno Crato, exímio estatístico, só tinha lido no PISA o que lhe interessava. Consequentemente, dei-me a divagar sobre a conveniência que era para ele propagandear esses resultados em catadupas de auto-elogios, a par de alguma demagogia, como aquela da “felicidade”. Tudo possível graças a um ensino privado que apaparicou durante o seu consulado, com generoso financiamento do Estado, cheques-ensino incluídos, enquanto, no serviço público, se apertavam os “cortes”. Quando as benesses acabaram, no ministério seguinte, lá se foi o êxito daquele ensino-negócio, em trambolhão desamparado, revelando-se habilíssimo apenas em “amestrar” os jovens para os exames nacionais impostos por Crato. Face à realidade da vida, consubstanciada no pós-exames, os alunos daí oriundos, já entrados na universidade, revelaram-se menos preparados para a vida, como qualquer artista de circo que faz uns “números” fantásticos, mas não sabe pregar um prego.  Público - 15.12.2019 (expurgado das partes sublinhadas).


2 comentários:

  1. Às vezes são os da "estranja" que mais nos valorizam. No caso o Publico que o deu hoje ao "Cartas". Eu que sou" de dentro e de fora", felicito-o.

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  2. Não nego que o reconhecimento me seja indiferente. Mas penso que sabe que esse não é o "leitmotiv" que me anima. De qualquer modo, mais que não fosse, por cortesia, amizade e boa educação, não poderia deixar de expressar aqui o meu agradecimento.

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