sábado, 28 de dezembro de 2019


Criatividade pouco sofisticada...


O engenheiro Licínio Pina, presidente da Caixa Central do Crédito Agrícola, enrola-se todo para justificar publicamente o facto de a instituição pagar à mulher dois mil euros mensais, sem outras funções atribuídas que não sejam promover a estabilidade emocional do marido, afirmando que pôs essa condição para aceitar o espinhoso cargo.

À primeira vista é até comovedor que o gestor de topo de uma instituição bancária diga que precisa da mulher ao lado, que sempre foi ela que o ajudou a vida toda; mas sendo ela prodessora e ele bancário, decerto nunca puderam estar lado a lado no trabalho e ele lá se foi aguentando, tornando até mais romântica a entrada em casa ao fim da tarde.

Diz Licínio Pina, quando já não encontrava saída airosa, que o vencimento da mulher tinha sido concertado com o Conselho Geral de Supervisão, que encontrou forma de subtraír da sua remuneração bruta os tais doi mil euros; e esta história faz-me lembrar aquela cena do padrinho que dava sempre presentes caros ao afilhado, mas pagava-os com o dinheiro do compadre...


Amândio G. Martins

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