segunda-feira, 16 de dezembro de 2019


“Brexit Johnson”...


Com o título acima escreveu Valter Hugo Mãe no JN que “Os britânicos nunca quiseram estar demasiado unidos, e o que agora é preciso é que sejam rigorosamente apartados. A oposição acreditou que o importante seria debater temas de fundo, como um Serviço Nacional de Saúde ou a distribuição de fibra óptica grátis por todo o país mas, para os eleitores, não havia outro tema senão o Brexit e a necessidade de escolher alguém que acabe rapidamante com o assunto”.
                                                      (...)
“De certo modo, ganharam os brutos porque os brutos afirmam que vão fazer e tornam-se credíveis para tal. Os educados, na contemporaneidade cada vez mais cínica, anunciam sobretudo intenções. O cidadão de 2019 não prevê mais futuro do que uns escassos meses. A sociedade muda a cada dia, caduca tudo,  as pessoas importam-se com as soluções do instante, mesmo que à espreita esteja a degradação inteira do humanismo. Que saiam. Mas que saibamos nós segurar a União, a ideia mais brilhante que este continente algum dia sonhou ter”.


Amândio G. Martins

6 comentários:

  1. Não poderia estar mais de acordo. "Mas saibamos nós segurar a União. a ideia mais brilhante que este continente ( europeu), algum dia sonhou ter": Apoiado!!

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  2. Estou também de acordo com o brilhantismo da ideia de construção da UE. O que não me impede de, às vezes, ter "pensamentos maus", como os que levaram António Costa a criticar o favoritismo que, sistematicamente, é dado à Alemanha, à França, à Itália, à Espanha e à Holanda. Quer dizer, os ricos, os que menos precisam. Esquecem-se demasiadas vezes de que, nos princípios fundadores da União, está a coesão e o nivelamento dos países. Porque, União por União, já todos "vimos" como o Napoleão e o Hitler também a queriam promover...

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  3. É a velha história de sermos todos iguais, mas uns mais iguais que os outros, como naquela tirada do expresidente da Comissão: "A França é a França"...

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  4. Ao José faço lembrar que a construção da agora UE não é propriamente comparável aos métodos de "construção" dos senhores Napoleão e - ainda menos - com os de Hitler... "União por União"?!...
    Ao Amândio relembro que o original da "igualdade porcina" pertence a George Orwell e referindo-se a "outra gente"...
    Termino dizendo duas coisas: se a UE tem critérios dúbios de igualdade (e tem!), as virtudes não serão poucas, e Portugal que o diga... Outra coisa ainda, meio simplória, mas com o seu significado: vou ao mesmo bolso tirar o mesmo dinheiro com que pago o café no Porto e em Riga, com cartão de cidadão e sem passaporte. Pormenor? As pessoas são aproximadas por meios vários...

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    Respostas
    1. Nunca caí nesse erro clamoroso de ignorar as diferenças nos métodos de construção da UE. Citar Napoleão e Hitler não foi, obviamente, um remoque a ninguém. Mas, da mesma maneira que repudio os métodos deles, de tirania bélica, não quero sofrer de qualquer outro tipo de tirania, mesmo que "apenas" financeira. É que há gente na Europa capaz de a brandir, e disso também já vimos.

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    2. Remoque não foi certamente - eles os dois até devem ter "sorrido" na tumba, com a sua "boutade" do "por" entre "uniões" - mas felizmente sei muito bem que nem você nem eu daríamos guarida às maneiras de "unir" daquelas "duas almas" ( estas não "penadas", que essas são mais rasteiras e "tocaieiras"...) mas verdadeiramente negras de breu.

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