Faz quase 30 dias que eu fiz publicar este texto num
blog local, em comemoração à data de 13 de maio no Brasil, mostrando a nossa
religiosidade e a abolição da escravidão no país, com a permanência de
comprovada discriminação racial contra esta raça que muito ajudou a construir
nossa nação. Estou agora republicando o texto na sua integralidade em sinal de
protesto aos presentes atos que envergonham a humanidade, ocorridos nos EEUU e
no Brasil:
“Data consagrada à Nossa Senhora do
Rosário de Fátima ou simplesmente Nossa Senhora de Fátima, com imensidão de
devotos cá no Brasil. Em tempos normais era dia de vários rituais religiosos
pelo o país afora, com novenas, missas e festejos. Nesta atual fase global, por
certo haverá na intimidade das famílias devotas, em confinamentos, comemorações
à altura da fé dos confinados.
Estou apresentando acima anexo a este
texto, um vídeo por mim editado, que mostra figuras da Santa, com seu hino na
voz da consagrada cantora brasileira Joana, nome artístico de Maria de Fátima
(coincidência?) Gomes Nogueira, com arranjo musical moderno de sua autoria. Seu
objetivo é levar aos grupos familiares do meu conhecimento, nas redes sociais,
um pouco da lembrança deste símbolo da religiosidade católica.
Comemora-se também, nesta data, a abolição
da escravatura no Brasil. O pais foi um dos últimos a eliminar esta nefasta
prática. Foi retirada a escravidão, mas não os danosos preconceitos raciais,
que são velados, as vezes escancarados, outras vezes disfarçados, mas sempre
dissimulados e envergonhados.
Em tempos sem pandemia, nas cidades
que têm a Santa como padroeira, para festejar data por estes dois eventos, são
muito comuns as chamadas congadas: agrupamentos com predominância de
afrodescendentes, reunidos em grupos temáticos conhecidos por “ternos”, que desfilam pelas ruas, dançando,
cantando e devidamente uniformizados. As músicas por eles apresentadas têm
características próprias. Me lembro de um refrão de uma delas que ouvi quando
ainda era criança, que não me sai da cabeça até nos dias atuais, era mais ou
menos assim: “São Benedito já foi cozinheiro, São Benedito já foi cozinheiro,
hoje ele é santo de Deus”, com a parte final cantado em prolongado coro”.
Orivaldo Jorge de Araújo
NOVAMENTE PUBLICADO EM 13/05/2021
GOIÂNIA, GOIÁS, BRASIL
De facto, e não obstante a grande miscigenação, o Brasil carrega a vergonha de não se livrar de ser um país que incentiva o racismo; e se até o sujeito que "faz de presidente", quando fazia campanha para o lugar, gritava que iria "empurrar a pretalhada toda para o mar", como vão poder melhorar as coisas assim? Disfarça-se, como aquela "dondoca" que afirmava que no Brasil não havia racismo, porque "o negro sabe se colocar no seu lugar"...
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