" O que já lá está"...

É parte da "caixa" que releva o que o título de jornal - "Não há uma relação causal entre álcool e violência doméstica" - já diz. E, para  dar " o seu a seu dono", a primeira - "O consumo de álcool funciona como revelador do que já lá está" -  foi dita por Manuel Lisboa (ML), sociólogo e director do Observatório Nacional de Violência de Género, enquanto o segundo é da responsabilidade do PÚBLICO ( 6/Junho). Além de ML, ainda houve mais contributos para concluir que o álcool é quase um "anjinho" no que à violência doméstica concerne. Será somente um "adjuvante" quase anódino, pois "o que já lá está"  ( eu costumo dizer "as coisas por detrás das coisas") ora são seres "associais", ora são "machistas" inveterados ora são "impotentes" clinicamente sofredores ( a sumarização é minha). Aqui logo me apetece perguntar : e o que estará por detrás do que "já lá está"?... A genética, Deus, o Diabo, ou outra coisa qualquer?... Mas, quanto a isso, fico por aqui.
Mas continuo com o "resto". Sem divagar sobre se "os estudos ( como as estatísticas), bem martelados, poderão dizer o que nós queremos", fico-me por distinguir - tal como os objectivos podem ser gerais ou específicos, o que é preciso é defini-los previamente - entre causas próximas ou desencadeadoras e causas remotas. Segundo os autores das asserções acima referidas, o álcool pertencerá às primeiras ... mas, sem distinção prévia, até parece que é uma "água chilra" sem "culpas no cartório".
Termino com algo que não será despiciendo e de que fui informado pelo Secretário Geral da ONU e pela jornalista que o entrevistou, ontem, na RTP1: os casos de violência doméstica aumentaram "exponencialmente" nesta pandemia que vivemos. Vieram ao de cima os "demónios" que " já lá estão" ou "bebeu-se em demasia"? Talvez as duas coisas.

Fernando Cardoso Rodrigues