segunda-feira, 15 de junho de 2020


Bem triste e feia coisa, a ingratidão...


Nas andanças da vida, conheci há muitos anos um homem que prestava aos seus conterrâneos relevantes serviços, a quem toda a gente recorria, sempre que qualquer aparelho lá em casa avariasse, fosse ele qual fosse; mas como muitas daquelas “traquitanas” já tinham dado tudo, mesmo que os conseguisse pôr a funcionar, pouco tempo depois davam o “berro” de novo, sem que se pudesse atribuír ao “arranjeiro” a responsabilidade.

Nunca lhe faltava trabalho, com a oficina atravancada de tudo quanto se possa imaginar, porque nunca recusava tentar reparar o que lhe levavam; o que a mim me “chocava”, porque o homem era mesmo uma excelente pessoa, é que aqueles a quem tentava prolongar a vida das velharias, o referenciavam uns aos outros como o “estraga tudo”, apesar de ser a ele que sempre recorriam quando estavam aflitos, e se aquele “faz-tudo” nem sempre lograva o queriam dele, era porque as maquinetas que lhe confiavam já não davam mais...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Conheci um homem como esse: o meu sogro, já falecido. Tudo arranjava, a todos. Tudo ajudava, a todos. E por aí fora. Já reformado, entrava com frequência em programas da rádio onde havia uns prémios que, habitualmente...ganhava. Mas só aceitava se fossem coisas pequenas, como livros e chávenas, senão achava que estava a "roubar alguém"! E olhem que era um remediado económico que bem lutou para educar as filhas. "Azar" teve a minha mulher, que saiu de casa dum pai assim e casou com um tipo que "tem duas mãos esquerdas" ( sem ser "canhoto" de nascença)...

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  2. "Cada um é para o que nasce" - diria o falecido Antunes; mas como pai e marido estão em planos bem distintos, não creio que à senhora se coloque esse dilema...

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