Generosidade é com eles...
Todos crentes em Deus, católicos muito devotos mas, como uma
vez dizia Carlos Carvalhas, num debate no Parlamento, só conseguem rezar o “Padre
Nosso” até ao “venha a nós”! Diz a notícia que os gestores das grandes cotadas
portuguesas ganham trinta vezes, alguns cinquenta vezes mais que os
trabalhadores que fazem funcionar as organizações que dirigem.
Alguns gestores a nível mundial – lê-e no JN – tomaram a
iniciativa de partilhar o esforço da actual crise, cortando nos seus salários,
gestos notáveis, comparados àqueles que se apressaram a cortar custos e receber
ajudas do governo sem cortar no topo, diz uma análise da Bloomberg.
E no topo das que, no nosso país, pior pagam ao seu pessoal constam a Jerónimo
Martins – cujo velho líder, há pouco falecido, pontificava em todos os eventos
da Direita, perorando que empregava muitos milhares de pessoas, deixando sempre
a ideia que o país não lhe dava o valor que um tal génio merecia - Mota-Engil, Ibersol, Sonae e CTT; diz o
director de uma consultora que a crise poderá levar a uma aproximação do salário
dos gestores à remuneração média dos trabalhadores mas, no que diz respeito aos
portugueses, digo eu, talvez seja avisado esperar sentado...
Amândio G. Martins
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