Uma primeira impressão

Minto, a primeira impressão vem-me da leitura de alguns dos seus textos no PÚBLICO de que, confesso, gostei. As mais das vezes pelo tom sereno, culto e pouco gongórico que os enformava. Refiro-me ao Prof. Engº António Costa e Silva, o novo homem nomeado pelo governo para "pensar o país" a dez anos. Esta que que aqui trago já é mais "mastigada", embora, reconheço-o, tenha muito de provisório. E deriva de alguns "aditamentos" que se me foram juntando, através de intervenções opinativas diversa em mesas-redondas na televisão, algumas entrevistas ( mormente as dadas recentemente à RTP e ao PÚBLICO, já depois de nomeado) e, finalmente, duma biografia sumarizada, contida na VISÃO de hoje.
Cingindo-me às três últimas, fiquei a saber que defende uma forte intervenção do Estado na economia actual, mas não tem como doutrina uma visão estatizante ou colectivista da mesma ( portanto, social -democrata, espero). E também que foi defensor da independência de Angola e por ela lutou em Luanda,, ainda estudante universitário. Mas que, também, já com aquela independente "levou com os costados" na tenebrosa cadeia de S. Paulo ( raio de nome!), no regime de Agostinho Neto, onde esteve três (três!) anos a ser torturado,chegando a estar numa parede para fuzilamento.
Com um currículo tão "polifacetado"  e mantendo a serenidade e lucidez que aparenta, como não simpatizar com ele  nesta "1ª impressão"?....

Fernando Cardoso Rodrigues