sexta-feira, 26 de junho de 2020


Já passaram muitos anos...


...Que uma corajosa rapariga alentejana, escolhida pelos colegas para encabeçar uma comissão de trabalhadores rurais, para reivindicar melhores condições de vida, foi assassinada pelo oficial da GNR que comandava a força requisitada pelo proprietário das terras onde trabalhavam; era maio do ano de 1954, tempos de ditadura.

Em 2020, com um regime democrático consolidado, é totalmente inadmissível que naquela força policial continuem semelhantes práticas de agressão a trabalhadores que protestam contra a exploração a que são sujeitos; diz a notícia que, na mesma região do país, cinco militares da GNR de  Odemira, sequestraram e agrediram no seu alojamento imigrantes indianos que reclamavam do compatriota que os contratou os pagamentos em atraso.

No julgamento, a decorrer em Beja, afirmando que “actuaram de forma cobarde e ao arrepio da ética da instituição”, o procurador pede que sejam suspensos de funções; e eu pediria que gente assim fosse pura e simplesmente expulsa da instituição; com idades de 24, 27, 28, 30 e 36 anos, ainda estão a tempo de ensaiar outra actividade qualquer, desde que não lhes dê “cobertura” para agredir seja quem for, imigrantes ou não...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. como talvez por lapso, não referiu o nome da «corajosa rapariga alentejana, trata-se de Catarina Eufémia que era não só militante do Partido Comunista português desde 1953, como era também membro do Comité Local de Baleizão do PCP e um dos seus membros mais activos.

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  2. Não ter referido o nome daquela heroína dos trabalhadores rurais alentejanos, bem como a sua qualidade de militante do PCP, não se deveu a lapso da minha parte, senhor Ernesto Silva; simplesmente não era ela o assunto principal do meu escrito...

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