Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
sábado, 20 de junho de 2020
2 comentários:
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O "seu" texto é, mais uma vez, duma oportunidade total. Num momento em que a "morte assistida" volta à tona na AR e até já motivou uma prévia posição "desabrida" da Ordem dos Médicos (voltarei a isto em texto próprio, mais tarde). Neste momento, espoletado pelo belo "naco" de prosa de TM ( a estética não quer dizer total concordância...) venho aqui só para registar alguns "recuerdos" com reflexões. E lembrei-me duma palestra que fiz - há uns bons 30 anos - sobre "A morte de uma criança" ( logo aqui, permitia-me perguntar: onde está o "Senhor"?...) e dum magnífico opúsculo - "História da Morte no Ocidente", de Philippe Ariés (Ed. Teorema) - que bem nos descrevia o variado modo como vemos a morte através dos tempos. Desde a precoce e "domesticada", da Idade Média, até à nossa contemporânea "morte oculta" e/ou "morte interdita". Dantes morria-se em casa e com festa, hoje "morre-se longe" e... "tapando os olhos". E lembro-me que terminei a minha "charla" com um diapositivo retirado duma banda desenhada intitulada "St. Exupéry", em que se via o despenhar do aviãp do autor de "O Principezinho", tendo no "balão de texto", escrito " A morte é..." Fico por aqui. Mas grato a si e ao poeta/cardeal ( no texto estão as duas vertentes, como quase sempre...) por serem tão oportunos.
ResponderEliminarRealmente, só os poetas podem ter para "Ela" aquele olhar que poucos entenderão; vejamos este soneto da Florbela Espanca:
ResponderEliminarMorte, minha Senhora Dona Morte,
Tão bom que deve ser o teu abraço!
Lânguido e doce como um doce laço
E, como uma raíz, sereno no forte.
Não há mal que não sare ou não conforte
Tua mão que nos guia passo a passo,
Em ti, dentro de ti, no teu regaço
Não há triste destino nem má sorte.
Dona Morte dos dedos de veludo,
Fecha-me os olhos que já viram tudo!
Prende-me as asas que voaram tanto!
Vim da Moirama, sou filha de rei,
Má fada me encantou e aqui fiquei
À tua espera...quebra-me o encanto!